(08/03/2014, 19:40)Kes Escreveu: Mas se a questão é ser 'bom' ou 'ruim', pelo menos já estamos no patamar de discutir, aí é começar a argumentar e demonstrar porque você considera 'boa' ou 'ruim'.
De todo modo não acho que exista um 'bom definitivo' e um 'ruim definitivo'. Cada obra tem seus acertos e suas fraquezas. O ideal seria pontuar o que está se discutindo. Por exemplo: dizer que Solanin seja bom ou ruim é vago demais e difícil de demonstrar, pois pode-se partir de argumentações infinitas, agora demonstrar se os personagens são bem desenvolvidos já é um tópico específico, discutir qual seria o núcleo da trama e se é bem desenvolvido seria outro tópico, se é inovador, etc, etc. É questão de saber pontuar qual a discussão.
Discutir assim é bem divertido na minha opinião, deixando o fanatismo pela obra de lado e vendo pontos que poderiam ser melhores e etc
(09/03/2014, 07:59)martec Escreveu: vc não pode criar tópico com link para artigo completo...
vc tem que botar o artigo completo aqui se quiser manter o link...
(08/03/2014, 18:33)anachan Escreveu: eu acho isso mais complicado do que parece a princípio, até porque vc fala do relativismo, e eu mesma sou bastante relativista e considero ele muito importante pra análises culturais mais livres de pressupostos e visões etnocêntricas, etc.
e sim, as experiências e bagagem e contexto de vida de cada um vão diferenciar a interpretação de cada um em cima do objeto em questão (seja uma música, um anime, um filme, etc). Mas essas coisas são sujeitas a interpretação mesmo, não são absolutas. Um professor meu uma vez citou: "quando uma pessoa lê um livro, ela não lê só esse livro, mas todos os livros que ela ja leu na vida junto com ele." As associações são muito pessoais mesmo. (dsclpa @chriss, sou dessas )
Uma cena de filme vista por 30 pessoas diferentes provoca 30 interpretações diferentes, embasadas tecnicamente ou não. E quer saber, eu acho isso lindo e foda. Informação não é decodificada de uma maneira fixa, ela é interpretada, então aquele diagrama básico de emissor/receptor já caiu fora na teoria da comunicação. To sem os textos sobre isso nesse pc, mas achei um aqui que fala a respeito:
Então dizer "vc não entendeu essa obra" fica mto relativo mesmo. Então discutiremos entre nós, pra sempre, sobre cada episódio e capítulo de tudo que existe na Terra, com infinitas visões diferentes.
Agora, se a pessoa não quiser discutir e preferir ficar com a opinião dela a respeito de alguma coisa sem ouvir o outro lado, não tem jeito.
O que concordo é que, mesmo considerando o aspecto relativo, quando você se propõe a fazer uma análise de algo pra valer, por exemplo pra um blog ou revista, tem que ter uma linha de raciocínio ou uma teoria pra se guiar, mesmo que ela não seja absoluta, ou cai só no rage ou fanboyismo puro mesmo. Por exemplo, vou abrir aqui uma coisa, eu acho que analisar animes sem ter ao menos uma noção da teoria e características do cinema empobrece muito.
Mesmo se vc pegar, por exemplo, alguém da escola americana de cinema e alguém da escola europeia, e colocar pra analisar a mesma coisa, vão sair duas análises muito diferentes, mesmo sem contar o resto da bagagem deles que vai influenciar.
eu ia deixar 2 centavos e foi uma biblia, mas acho que pra vc vale a pena
Então ana, o que você falou ai é constatado por muitos faz tempo, mas você e outros parece que não compreenderam que minha crítica não é contra o relativismo da opinião, é contra o seu estado máximo. Por isso vou quotar aqui o parágrafo que escrevi ali:
Citar:Mas a questão da tradição e do consenso não apenas ajudam a moldar o indivíduo, elas são ponto de partida fundamental para o desenvolvimento de qualquer coisa. Os consensos variam de acordo com o objeto analisado, pois a lógica para sua abordagem depende exatamente do que se está debatendo. Por exemplo, a lógica para abordagem científica não pode ser a mesma da lógica para abordagem política, pois os objetos analisados são diferentes e assim por diante, porém, o que existe de comum entre elas é que a partir da análise lógica, definição dos consensos e construção da tradição esses objetos de análise podem atingir objetivos. Se por algum motivo essa relação não existe no plano social, resta apenas o primitivismo.
Você argumentou bem a favor do relativismo individual (o qual nunca neguei a importância), só que como eu disse ai, para a produção intelectual se forma consensos e tradição que simplesmente existem. Por exemplo, tudo que se tem por definições, ideologias, códigos, instruções e métodos é consensual, a união disso tudo através do tempo em determinado assunto é a tradição. É exatamente por isso que eu disse que o juízo de valor quem faz é o indivíduo por meio de comparação, dai a importância da bagagem, pois às vezes a apenas a tradição é respaldo suficiente para a argumentação.
Acho que isso é o bastante pra dizer que a análise depende sim de unir a opinião pessoal ao seu contexto real (lógica, tradição e consensos do tema abordado).