A partir de 2014 os motores serão todos V6, por enquanto com apenas três fabricantes: Mercedes, Renault e Ferrari. A Honda marcou para 2015 a sua volta à F-1 com a McLaren, relembrando a parceria vitoriosa dos tempos de Ayrton Senna, embora apenas um dos três títulos de Senna tenha sido obtido na era turbo, que se encerrou em 1988. Desde então, o regulamento para o motor teve períodos de liberdade de concepção e volume, até que a FIA estabeleceu em 2000 que todos os motores tinham que ter 10 cilindros e volume limitado a 3.000 cm3. Em 2006, o volume foi reduzido para 2.400 cm3 e tornou-se obrigatório o motor de 8 cilindros em “V”, os populares V-8. Graças à alta tecnologia da F-1, esses motores alcançam hoje algo em torno dos 750 cavalos, apesar de ter sido imposto um congelamento no desenvolvimento tecnológico, exatamente por contenção de custos.
Os novos V6 turbo de 2014, que vêm sendo trabalhados nos últimos dois anos, devem iniciar o campeonato com uma potência estimada entre 600 e 650 cavalos, mas como não existe o congelamento, é muito provável que em pouco tempo eles já superem a potência dos atuais V-8. Mesmo com o limite de rotações do motor caindo das atuais 18.000 rpm para 15.000. Porém, com o auxílio de dois sistemas de recuperação de energia, em vez de um, como é atualmente, o ganho previsto, quando acionados, é de mais 120 cavalos. Para tornar o trabalho das equipes mais complexo, haverá uma redução drástica na capacidade dos tanques. Os atuais 150 quilos (200 litros) serão reduzidos para 100 quilos (130 litros) e o reabastecimento continua proibido (desde 2010). Portanto, a equação envolvendo potência e consumo será um grande desafio para engenheiros e pilotos.
Mesmo com a estimativa de que os novos motores sejam 35% mais eficientes do que os atuais em relação a consumo, é certo que em alguns momentos da corrida determinados pilotos não poderão usar toda a potência que o motor permite, sob pena de ficar na pista sem gasolina. Está aí uma grande prova da alta tecnologia aplicada na Fórmula-1, nesse caso trabalhando em benefício do menor consumo e, consequentemente, menor emissão de gases poluentes. Trinta anos atrás, no regulamento de 1984, o motor turbo da época consumia 220 litros de gasolina durante uma corrida. A partir de 2014, com exatamente as mesmas distâncias a serem percorridas nas corridas, o consumo será de 75 litros. Dos tantos benefícios que a F-1 já trouxe para a indústria automobilística ao longo dos anos, está aí mais uma de muito valor. E dentro da linha adotada atualmente pela Federação Internacional de Automobilismo, de tornar não apenas os carros de corrida, mas o automóvel em geral menos agressivo ao meio ambiente.