(28/11/2012, 21:14)Feer Escreveu: O segredo é não se prender a apenas uma visão sobre o negócio, se você só tentar definir algo somente pelo lado econômico com certeza você não irá conseguir abranger toda a magnitude do fato, quanto aos dados de baixa confiança não há muito o que fazer, mas é a experiência real, saber identificar isto lhe trará mais experiência do que se focar apenas na versão teórica.
Isto me lembra de um tempo atrás, na queda da bolsa saiu diversos artigos de diversos economistas, cada um tentando definir o que aconteceu pelo seu lado, porque o mercado quebrou, pela sua visão, pela sua empresa... utilizar apenas uma destas visões jamais abrangeria tudo que aconteceu, por isto que um dos melhores, ao meu ver, que soube explicar porque o mercado quebrou foi o John Cassidy, que deixou de lado sua opinião, dissecou a visão da maioria e soube construir algo em cima dos destroços e das mentes atordoadas pelo desastre.
Bem, se vc quiser ter diversos pontos de vista do assunto não deve estudar somente economia. Já o estudo de case deve ser feito baseado em teoria, sem ela não chegamos a lugar algum, por isso acho temeroso estudar economia pela primeira vez por cases sem base teórica (ainda mais que o que se espera de graduandos e mestrandos não é inovação de vanguarda). E o maior problema de englobar diversas visões de um mesmo assunto está em estruturar isto em um modelo econométrico, ou seja, como introduzir variáveis subjetivas e não observáveis (que podem ser amplamente criticadas e não comprovadas diretamente, mas sim por proxies e "achismos teóricos") em um modelo matemático. Se no entanto, seu estudo não for econométrico, daí pode-se falar de diversos assuntos, mas em economia o enfoque será sempre econômico. Eu por exemplo estou falando de direito, política, sociologia e ciências militares em um estudo econométrico sobre violência armada, mas só estou indicando os assuntos pois não sou formado em tudo isso, né; o enfoque mesmo é o modelo econométrico.
Quanto à crise de 2008 existem trocentas versões e como está muito próximo do ocorrido não podemos afirmar nada ainda. Logo após a queda da bolsa apareceram os espertalhões querendo acertar algo a la Mãe Diná, assim como antes de 2008 eu tive professores que indicaram uma forta tendência à quebra de bolsas, o que me salvou de perder uma grana forte em investimentos. Os raciocínios podem ter sido diversos mas ninguém pode afirmar ainda o que foi certo e o que foi errado. Eu particularmente continuo achando que foi algo conjunto, desregulação financeira e hiper endividamento dos Estados de Bem Estar Social (o que compra briga com as duas vertentes mais fortes na macroeconomia).
Citar:E sério que não teve análise de riscos? achei que law e economics seria cheia disso nas entrelinhas
O que eu estudo agora é somente economia, não há qualquer vínculo com a faculdade de Direito, por isso é só Economics (que já é coisa pra baralho). Maaaas eu tive análise de risco em diversas matérias da graduação...
PS: Estou dizendo isso tudo aqui mas não encare como reprovação às formas de ensino estrangeiras não. Essa é a forma com que eu me adapto melhor ao estudo e como a Economia costuma ser ensinada no Brasil: o enfoque é teórico e depois passamos a aplicar a casos reais, sejam macro ou micro ou outra coisa relacionada à teoria econômica.
(27/11/2012, 22:10)Pierrot Escreveu: Eu li que Taiwan tem maiores ligações com as tradições chinesas do que a própria China. Eles continuam se prendendo a aspectos culturais que o próprio país de origem não se apega tanto, e um desses casos seria a escrita.
Sim, a escrita é Chines tradicional, mas muitos não falam chines.
Além do que chamamos de caracteres tradicionais (em Taiwan chamam de caracteres padrão e em outros lugares da China de caracteres complexos) eles usam bopomofo, que é um alfabeto fonético que nem o romano criado na China e usado pra ensinar a pronúncia de caracteres.
70% da população de Taiwan tem como língua materna uma variante de Hokkien, um dialeto da língua Minnan que faz parte do conjunto de línguas chinesas. Embora a língua oficial seja Mandarin taiwanês. Tem várias outras línguas além dessas.
O que a gente chama de conjunto de línguas chinesas eles chamam de Língua Chinesa e o que a gente chama de língua (por exemplo Mandarin) eles chamam de dialeto.
(28/11/2012, 22:59)MacColin Escreveu: Bem, se vc quiser ter diversos pontos de vista do assunto não deve estudar somente economia. Já o estudo de case deve ser feito baseado em teoria, sem ela não chegamos a lugar algum, por isso acho temeroso estudar economia pela primeira vez por cases sem base teórica (ainda mais que o que se espera de graduandos e mestrandos não é inovação de vanguarda). E o maior problema de englobar diversas visões de um mesmo assunto está em estruturar isto em um modelo econométrico, ou seja, como introduzir variáveis subjetivas e não observáveis (que podem ser amplamente criticadas e não comprovadas diretamente, mas sim por proxies e "achismos teóricos") em um modelo matemático. Se no entanto, seu estudo não for econométrico, daí pode-se falar de diversos assuntos, mas em economia o enfoque será sempre econômico. Eu por exemplo estou falando de direito, política, sociologia e ciências militares em um estudo econométrico sobre violência armada, mas só estou indicando os assuntos pois não sou formado em tudo isso, né; o enfoque mesmo é o modelo econométrico.
Quanto à crise de 2008 existem trocentas versões e como está muito próximo do ocorrido não podemos afirmar nada ainda. Logo após a queda da bolsa apareceram os espertalhões querendo acertar algo a la Mãe Diná, assim como antes de 2008 eu tive professores que indicaram uma forta tendência à quebra de bolsas, o que me salvou de perder uma grana forte em investimentos. Os raciocínios podem ter sido diversos mas ninguém pode afirmar ainda o que foi certo e o que foi errado. Eu particularmente continuo achando que foi algo conjunto, desregulação financeira e hiper endividamento dos Estados de Bem Estar Social (o que compra briga com as duas vertentes mais fortes na macroeconomia).
O que eu estudo agora é somente economia, não há qualquer vínculo com a faculdade de Direito, por isso é só Economics (que já é coisa pra baralho). Maaaas eu tive análise de risco em diversas matérias da graduação...
PS: Estou dizendo isso tudo aqui mas não encare como reprovação às formas de ensino estrangeiras não. Essa é a forma com que eu me adapto melhor ao estudo e como a Economia costuma ser ensinada no Brasil: o enfoque é teórico e depois passamos a aplicar a casos reais, sejam macro ou micro ou outra coisa relacionada à teoria econômica.
Não, tranquilo, você deve saber melhor do que eu que então quando me focar nisto sentirei falta de bases.
Mas sempre teremos alguma base faltando, afinal é quase impossível dominar todos os assuntos, se ao estudar um case sentir falta de determinado assunto, eu vou buscar conhecer ele também, sou a favor de que o estudo tem de ser expansível.
Agora uma coisa você tem razão
Citar:E o maior problema de englobar diversas visões de um mesmo assunto está em estruturar isto em um modelo econométrico, ou seja, como introduzir variáveis subjetivas e não observáveis (que podem ser amplamente criticadas e não comprovadas diretamente, mas sim por proxies e "achismos teóricos") em um modelo matemático.
Isto é o q define quem você é e a sua capacidade, ou estou errado? Tal problema é presente em qualquer analise, vencer o fator erro, e englobar as diversas visões em algo que gere frutos é o verdadeiro talento, é a verdadeira economia.
Você citou sobre a forma de aprender, para mim já é ao contrario, teoria é ótimo, mas eu sou muito mais auto-didata se eu possuir um modelo funcionando e a partir daí descobrir as lógicas sobre como aquilo funciona ao invés de estudar desde o primeiro ponto como funciona tal e tal coisa, ao meu ver é uma lógica básica de agilizar o processo, não preciso ler e estudar 500 livros e ainda sim vou saber fazer e entender o que a pessoa que leu todos estes sabe.
(01/12/2012, 10:28)Feer Escreveu: Isto é o q define quem você é e a sua capacidade, ou estou errado? Tal problema é presente em qualquer analise, vencer o fator erro, e englobar as diversas visões em algo que gere frutos é o verdadeiro talento, é a verdadeira economia.
Há controvérsias
Outro dia mesmo eu assisti uma palestra sobre Data Mining e o perigo da correlação espúria. Essa tal habilidade do econometrista / estatístico que vc citou é quase como uma arte, mas tende a ser também o seu maior defeito (para alguns) pois pode ser usada para forçar relações e regras que não existem na verdade. Mas como saber qual Verdade é essa? A polêmica está formada então!
Ou seja, o modelo pode até ficar redondinho e explicar ex-post diversas situações (e até algumas ex ante), mas de repente aparece um detalhe novo que não entra nesse modelo e aí vêm as críticas e pronto: faz-se um novo modelo com novos axiomas, por vezes até do zero. Outras vezes coexistem dois ou mais modelos que são satisfatórios para o mesmo assunto mas são opostos entre si (vide Ciclos Reais e Pós-Keynesianismo): os economistas que as formularam são capazes e tal, mas com quem estará a razão afinal?
Bom, pra resumir esta controvérsia eu digo que concordo com o tudo que vc disse. Eu realmente acho que essa capacidade de suplantar o coeficiente erro (seja matematicamente ou teoricamente) de forma convincente e útil é a maior habilidade que um economista deve ter.
No momento, professor de Física / Matemática (concursado) no Estado, e monitor de laboratório em Física 3 na Federal. Devo tentar vaga pra substituto lá quando esse semestre acabar.
Cursando Geofísica na Federal também, e tentando apressar o curso o quanto posso, não aguento mais ganhar pouco :/
(06/01/2013, 01:04)Djaga Escreveu: No momento, professor de Física / Matemática (concursado) no Estado, e monitor de laboratório em Física 3 na Federal. Devo tentar vaga pra substituto lá quando esse semestre acabar.
Cursando Geofísica na Federal também, e tentando apressar o curso o quanto posso, não aguento mais ganhar pouco :/
Eu tenho graduação em Licenciatura rs. Podia começar o mestrado, mas preferi tomar o caminho pra me graduar em Geofísica. Terminando a graduação, vou ver se consigo me especializar dentro de parcerias entre universidade-empresa.
Pegando muito pesado na parte de Geologia também, eu não sabia que era tão fraco.
(06/01/2013, 01:14)Djaga Escreveu: Eu tenho graduação em Licenciatura rs. Podia começar o mestrado, mas preferi tomar o caminho pra me graduar em Geofísica. Terminando a graduação, vou ver se consigo me especializar dentro de parcerias entre universidade-empresa.
Pegando muito pesado na parte de Geologia também, eu não sabia que era tão fraco.
Fui para o lado menos prático e mais teórico. Trabalho com Física Matemática principalmente.
. Os raciocínios podem ter sido diversos mas ninguém pode afirmar ainda o que foi certo e o que foi errado. Eu particularmente continuo achando que foi algo conjunto, desregulação financeira e hiper endividamento dos Estados de Bem Estar Social (o que compra briga com as duas vertentes mais fortes na macroeconomia
). 
![[Imagem: pedro-pedreira.jpg]](http://3.bp.blogspot.com/-PU0XU1oEg-U/T28Y_hIZ3QI/AAAAAAAAcmw/7x1usPIetkQ/s320/pedro-pedreira.jpg)
A polêmica está formada então!
