Então puxar uma referência a uma obra literária e acontecimentos em torno dela é algo novo? Serve mais como curiosidade do que qualquer coisa. O importante para o enredo é referente a parte ficcional mesmo, que vários episódios fazem a história de The Catcher in the Rye até a outras histórias do Sallinger, mas não dos acontecimentos em torno delas (quando tem estas referências a estes acontecimentos reais elas são mais curiosidade do que qualquer significado profundo que gostam de inventar). E várias destas referências são usadas de maneira bem legais no roteiro, mas usar referências e conceitos que são empregados em uma obra literária realmente não é algo novo (e para falar a verdade eu nem gosto de The Catcher in the Rye tanto assim).
Mas não é uma referência. SAC é um conceito próprio. Ele provém da história da publicação, mas o cerne do enredo, que é a ideia de complexo de imitação que age sem que um original se faça necessário, não encontra par em nenhum texto do Salinger. Nesse ponto, é uma criação, não uma referência - embora haja toneladas delas na série -, sem a qual não existiria trama alguma. E, mesmo que a formula não fosse inédita, o conceito ainda o seria. Meu grilo com PP é justamente que não vi no primeiro episódio sequer uma ideia que já não tenha sido usada à exaustão, e, pior, não consigo vislumbrar o surgimento de nenhuma.
Mas, enfim, vou calar a boca. Paz.
Ah, uma última coisa. "Os clássicos foram considerados assim pelo primeiro episodio?". Alguns, sim. Dê uma pesquisada nas reações da crítica norte-americana para com os episódios pilotos de Breaking Bad e Boardwalk Empire, series ainda em exibição. Não são poucos os que usam expressões como "The birth of a classic!" em seus textos.