28/08/2014, 22:46 |
Com a derrota na II Guerra Mundial, o Japão pode enfim ser inundado com os bens de consumo e produtos culturais do Ocidente. Porém, em vez de se render às pretensas maravilhas do mundo ocidental, os japoneses as fizeram se adaptar a suas próprias tradições e as devolveram ao mundo como algo novo. E o maior exemplo disso, para o autor Paul Gravett, talvez sejam as histórias em quadrinhos. Em 'Mangá - Como o Japão reinventou os quadrinhos', Paul Gravett examina o surgimento de uma indústria responsável por aproximadamente 40% de todo o material impresso no país. Ilustrado com páginas de desde os considerados grandes clássicos dos mangás até os sucessos mais contemporâneos.
Um dos mais importantes livros teóricos brasileiros sobre histórias em quadrinhos está com uma nova versão disponível em livrarias. Trata-se de Mangá – O Poder dos Quadrinhos Japoneses, uma tese de doutorado da Prof. Sonia Bibe Luyten, convertida em livro em 1991. A obra analisa os primórdios da indústria do mangá, suas origens históricas, os precursores e destaca Osamu Tezuka (1928~1989), o pai do moderno mangá. Criador de A Princesa e o Cavaleiro, Vingador do Espaço, Astro Boy e Don Drácula, Tezuka é reverenciado como o Deus do Mangá em sua terra natal e Sonia explica o porquê num segmento todo dedicado ao mestre. Com muito didatismo, Sonia destaca a importância do mangá como entretenimento barato e escapista em uma sociedade competitiva e cheia de regras. Para tanto, conta com o depoimento de três membros de uma mesma família. Contextualizando todas as informações que a autora fornece, fica fácil entender como as revistas de mangá vendem aos milhões, com grossas edições semanais. Uma lição para o ocidente, onde o gênero quadrinhos tem atravessado crises de popularidade e vendas. O livro também destaca a produção dos quadrinhos brasileiros em estilo mangá, mas sem a atualização necessária. São citados apenas autores surgidos até os anos 80, alguns deles já fora do mercado atual. Diversas ilustrações (muitas raríssimas) complementam a obra que, em sua segunda edição, oferece uma nova chance àqueles que não tinha onde obter dados históricos e sociológicos sobre mangá. Para quem gosta de mangá, para quem acha que mangá é apenas um monte de figuras de olho grande e cabelo espetado, ou para qualquer interessado em fenômenos de comunicação de massa, o livro é leitura obrigatória. Confira. Mangá – O Poder dos Quadrinhos Japoneses Autora: Sonia Bibe Luyten Editora Hedra 240 páginas
O livro “A Presença do Animê na TV brasileira” é fruto de um estudo jornalístico, pesquisa e fundamentação histórica da animação japonesa no Brasil. Os primeiros títulos nos anos 60 e 70, as obras exibidas nos anos 80, a explosão dos anos 90 e a consolidação nos anos 2000. Escrito pela jornalista Sandra Monte, “A presença do animê na TV brasileira” é mais uma dessas obras pioneiras que só têm a contribuir com a escassa bibliografia nacional sobre a cultura pop japonesa, como também reúne dados e informações importantes para os pesquisadores e estudiosos da televisão brasileira.