Vamos para o capítulo 8. Esse eu mesmo não achei tão legal, o 9 tá mais épico, mas vou guardar ele mais um pouco. Tá quase no fim, tem ainda o 9, o 10, o 11 e provavelmente um último para fechar.
Capítulo 8
Larissa tinha uma confortável vantagem de 10.000 pontos sobre São Paulo. Por sua vez, os mineiros seguiam jogando vagarosamente, sem perder e sem ganhar, mantendo a última colocação. Já os cariocas também pagaram bastante para a Larissa, mas foram capazes de subir para a segunda colocação com uma inesperada jogada feita pelo nobre e humilde jogador novato Netoin. Acredito que poucos devam conhecer sobre essa nobre pessoa, mas assim como os fundadores do Riichi Mahjong Brasil, Netoin passou a se interessar por mahjong graças ao anime de lolis e mahjong, talvez mais pelo primeiro elemento, do que pelo segundo. Era inclusive grande amigo do último jogador do time de São Paulo, o qual o treinador Fujiy expressava preocupação quanto a sua presença.
Sendo um novato, Netoin desconhecia os perigos do tortuoso caminho do mahjong, a qual jogadores como Amauri, Fujiy e IronWolf bem conheciam. Até por isso, aliada a pouca pressão por ser novato e do seu jeito naturalmente calmo e humilde, Netoin foi capaz de conseguir uma bela jogada bem no final do jogo. Tão bela, que os narradores não acreditavam no que viam e muito menos o público. Muitos acreditavam que a escalação de Netoin havia sido apenas por falta de jogadores. Até a última rodada assim parecia, com muitas ironias de todos os lados, tal como segue a narração:
- Estamos indo para a última rodada. Mas quem é esse Netoin?
- Não faço ideia. Acredito que o colocaram no time por falta de membros.
- Que coisa, uma partida tão bonita dessas ser estragada por um jogador novato.
- Lembre-se que no mahjong até os novatos tem os seus momentos.
- Sim, mas numa partida importante dessa e com jogadores desse nível fica difícil. O que o time deles devia estar pensando quanto o escalaram? E imagina o que devem estar pensando agora! Não vejo futuro nesse Netoin! Aliás, vejo mais futuro no mascote do blog dele, do que nele. Talvez fosse melhor ter escalado o mascote...
- Mas o que acha da mão dele nessa rodada?
- Muitas peças do naipe Pin.
- Até aí nenhuma novidade, ele as acumula bastante.
- Lembra um pouco o estilo do Ryunno
- Com exceção de que ele quase nunca abre a mão e faz pouca questão de mirar em hon’itsu.
- E o que ele pretende?
- Vou lá eu saber. Tem como imaginar o que pensa ou deixa de pensar um novato? Acredito que ele mal sabe o que está fazendo.
- Pode ser, mas sabe, dizem que os novatos como pouco sabem, costumam memorizar alguns poucos yakus e às vezes os tentam.
- Como Tan’yao, Yakuhai, Hon’itsu e afins? Se for talvez ele esteja abaixo dos novatos, afinal são jogadas para se abrir a mão e tentar fechar rápido, mas ele não faz isso.
- Mas veja bem, há também o Chitoitsu. Mesmo que as chances dele aparecer sejam menores é um yaku fácil de memorizar porque são simplesmente sete pares.
- Isso é, e...
- E?
- Não lhe parece que ele está fazendo o que você acabou de falar?
- Parece sim, mas isso é...
- Poderia ser?
- Não pode ser...
- É sim...
- Mas vejam só!
- O que é isso que está se formando?
- Um chin'itsu/chitoitsu só de peças de pin.
- Será que vai?
- Um Daisharin?
- O Yakuman que a organização do torneio quase excluiu!
- Nas mãos de um novato?
- Saberia ele o que está fazendo?
- Certamente não...
- Concordo, até porque...
- Tenpai.
- E ele declara RIICHI!
- Mas por que o Riichi? A espera de Chitoitsu é sempre complicada, não seria melhor o damaten?
- É por isso que disse que ele provavelmente não sabe o que está fazendo.
- Se bater será então só sorte de iniciante?
- Sim, certamente.
- E, não é possível... A peça veio!
Nesse momento Netoin resolveu recitar os Yakus
- Deixa eu ver... Riichi, Iipatsu, Tsumo, Chitoitsu e Chin’itsu. Foi Sanbaiman, não foi? – Perguntava Netoin aos outros nobres jogadores da mesa.
- Gostaria que fosse... – Respondeu um acabado Fallensoul
- Como assim? – Retrucava Netoin.
- Tem certeza que não sabe mesmo o que você acabou de fazer? Tinha que ser novato! – Respondia indignado Fallensoul
A torcida também comentava a jogada:
- Mas olha isso, o sujeito nem sabe que bateu um Daisharin! Acho que até eu poderia ter sido escolhido jogador deles – Ria a plateia
- Netin~ Meu dono não sabe, mas ele bateu um Daisharin. Netotin gosta muito do Daisharin. São peças tão redondas, macias e bonitinhas iguais marshmallows. Netin~ - Falava feliz e contente um estranho animal em forma de bolinho de arroz.
E então voltamos aos narradores:
- YAKUMAN!
- Essa é a primeira vez na história do mahjong nacional que sai um Daisharin!
- Como pode ser? Um novato... E agora? Será mesmo que ele não tem futuro?
- Vejamos... vamos olhar de novo para o histórico dele...
- Ele parece ter uma forte tendência de acumular peças de pin, não é? Mesmo assim...
- Aqui diz que um dos seus passatempos são os ônibus..
- E o que isso tem a ver com mahjong?
- Talvez o Yakuman tenha a ver com isso, senão a produção não teria nos entregado essa informação
- Bom, a produção pode estar querendo só chamar a atenção para uma leve coincidência... embora seja verdade que todos os jogadores de uma forma ou outra tem seus próprios estilos de jogo e não seria surpresa se isso tivesse algo a ver.
- Não consigo concordar com algo assim sem lógica, mas o que mais podemos falar?
E assim, público, plateia e jogadores foram à loucura com muita ironia, festa, esperança e indignação diante do yakuman que encerrou a quarta partida. Larissa, que vinha numa partida praticamente perfeita invocou uma última vez, o seu outro lado de a rainha dos chinelos, ameaçando literalmente dar umas belas chineladas em Netoin quando esse bateu o daisharin e acabou com sua sequência vitoriosa. Mas o nobre Netoin, partidário da paz conseguiu com sua humildade acalmar o ímpeto de Larissa e assim o torneio prosseguiu para a última partida.
Ah, só postando a imagem de uma jogada que consegui ontem.
Tenhou trollando a meu favor
Maior roubalheira q já vi pro kallahai ontem, o jogo foi tão difrente q o feliel ficou em tenpai pra yakuman de 4 kans e não mão ele tinha 8 doras tbm. Coisas de louco vi nessa partida.
Novo capítulo do romance épico do Riichi Mahjong Brasil. Dessa vez tem espaço para o IronWolf, Saymon, Gui e um outro aí. Referências a vários personagens passados e alguns bem desaparecidos (que bom).
Capítulo 9
Nesse momento a situação de Minas Gerais era complicada, porém eles teriam como representante seu líder e último jogador, IronWolf, um dos três lendários jogadores de mahjong. Desnecessário dizer a grande expectativa em torno de sua estreia e os fãs, não por menos, estavam ansiosos para ver o seu grade poder de revelar Ura Doras nas mais variadas situações possíveis. Além disso, mal podiam esperar para ver o seu grande poder ofensivo, algo que, diga-se de passagem, depois de vários jogos vagarosos, os mineiros precisavam dessa injeção de ânimo. IronWolf entrou no salão de jogos com muito ímpeto, pronto para atacar as suas pressas e acabar com a raça de cada uma delas. Não por menos, foi o primeiro a entrar na sala e olhando para todos os lados, encarando cada jogador que entrava, além das câmeras de filmagem.
Do lado dos cariocas e sulistas entrava a sua arma secreta, Saymon. Frente ao público as garotas até gostavam do Saymon e do seu cabelo comprido, que conferia um ar diferente dos outros homens. Por outro lado, Saymon tinha preferência pelas novinhas e para sua infelicidade a maioria do seu público era composto por mulheres mais velhas. Além disso, para as garotas do mundo do mahjong, Bebop reinava supremo, de modo que todos os outros jogadores com alguma popularidade, sequer tinha metade dela. Digamos, Saymon era o primeiro dos últimos. No entanto, um capítulo muito interessante mudaria essa história. No momento em que Saymon se dirigia ao salão de jogos, um vulto passou rapidamente pela segurança, deixando-os sem reação e fazendo soar o alarme do prédio, estrategicamente instalado para casos assim. Não funcionou quando Sydonay entrou na área restrita aos jogadores, mas nesse caso sabemos bem o motivo. Contudo, na presente situação todos ficaram apreensivos e começaram a temer pela segurança dos jogadores, contudo, a cena que se seguiu foi emocionalmente comovente no bom sentido.
Assim que as câmeras focaram o salão de jogos para ver se os jogadores estavam bem, a câmera pegou a comovente cena de uma pequena garota abraçando Saymon e lhe entregando uma flor. Os seguranças logo correram para tirar a garota, mas Saymon disse que estava tudo bem e que não havia como uma pequena, amável e linda garotinha fazer mal algum. Explicou também aos repórteres todo o ocorrido. Vejamos a reportagem:
- Saymon, o que houve? De onde apareceu essa garota? – Perguntava o repórter.
- Não sei de onde ela apareceu. Mas disse que era minha fã número 1 – Respondia um emocionado Saymon, quase como se tivesse ganhado na loteria.
- Não é conhecida sua?
- Não. Não quero imitar as desculpas do Sydonay, mas realmente não sei de nada.
- Com sua fama de gostar das novinhas muitos boatos estão surgindo nas redes sociais. O grupo “Lolicon Anônimos” postou agora pouco uma série de mensagens no Twitter dizendo: “esse é o momento da nossa vitória!”, “Saymon conseguiu um grande avanço para o nosso movimento ao capturar o coração da pequena e desconhecida loli”, “É a prova que nem mesmo a melhor segurança do mundo e todo o olhar repulsivo da sociedade pode impedir o amor entre nós e as nossas lolis” e “Esse é um dia especial. Lolicons de todo o mundo uni-vos!”. O que tem a comentar sobre as mensagens?
- Nunca fiz parte de nenhum movimento Lolicon na internet. Apenas cultivei honestamente os meus sentimentos e os guardei para mim até que o grande dia chegasse. Não quero ser relacionado a ideologias e grupos ideológicos. Isso destruiria a pureza e determinação da pequena garota que me deu essa flor.
Nesse momento o repórter quase caiu em lágrimas, mas tentou se mostrar determinado e profissional e continuou:
- Esse parece ser um momento muito emocionante para você. O que isso vai mudar no seu estilo de jogo para a partida que deve começar em breve?
- Muda muita coisa. Eu estava confiante em relação a minha habilidade de sempre vencer o meu último Hanchan. Mas, depois que a pequena garota manifestou o seu amor por mim com as sagradas palavras “Oni-chan se esforce! Estarei sempre torcendo por você!”, primeiramente, segurei ao máximo a minha hemorragia nasal. Em segundo, prometi a mim mesmo que daria a minha vida por essa partida, apenas para que possa ver novamente o sorriso daquela garota. Sendo assim, não vencerei apenas um Hanchan, vencerei os dois e dedicarei a vitória não a meu time, mas somente a ela!
- Lindas palavras. Assim deve ser o mahjong, não se deve jogar só pelo seu time, mas por um ideal mais nobre.
Assim dizia o ingênuo repórter, que pouco conhecia sobre o mundo dos lolicons. Por outro lado, as inúmeras garotas que estavam assistindo ao jogo ficaram muito comovidas, e não seria nenhuma surpresa se a popularidade do Saymon aumentasse e a do Bebop abaixasse nas próximas eleições do “Príncipe do Mahjong” realizado por uma influente revista de fofoca. Ao mesmo tempo, os garotos ficaram com muita raiva do Saymon, mas ninguém soube dizer se era por considera-lo sujo por gostar de uma pequena e inocente garotinha ou se todos que o julgavam, no fim gostariam de estar na sua situação.
Em qualquer um dos casos, certamente veremos o surgimento de uma nova habilidade do Saymon, o que deve refletir largamente no placar da partida. Antes mesmo do caso da pequena garota, que ficou conhecido como “A revolução Lolicon”, os especialistas estavam ansiosos para ver se a grande habilidade do Saymon se sobressairia sobre os demais. Saymon fora colocado estrategicamente como último jogador devido a essa incrível capacidade de sempre vencer a sua última partida, o que em termos de torneio nacional significava vencer o último Hanchan do jogo. Colocá-lo em último num torneio em equipe era garantia de vitória. Por outro lado, a vitória não dizia respeito à vitória do time como um todo, mas sim a vitória naquela partida em especifico. Mesmo assim, com a pouca diferença entre o terceiro e o primeiro colocado era uma situação bastante vantajosa para o eixo Sul-Rio de Janeiro.
Já os nordestinos esperavam a chegada já narrada de Gui, de modo que pouco tenho a falar sobre ele. Apenas vale ressaltar que com a descrição mais detalhada de IronWolf e Saymon, só isso já seria motivo para ficar animado diante desse confronto de gigantes. Por fim, o maior mistério era quanto à volta do último jogador de São Paulo. É bem verdade que ele havia se classificado nas eliminatórias do estado, mas tendo sido o torneio meses antes, durante esse tempo havia entrado num ciclo de animo e desanimo frente ao mahjong, de modo que o treinador Fujiy não sabia se poderia contar com ele nas finais. Se não fosse possível teria que escalar um dos seus vários reservas. Corriam boatos de que havia ido treinar em jansous no Japão, mas ninguém sabia ao certo se ainda jogava só por diversão ou se mirava um retorno triunfal no torneio. A imprensa que adorava boatos e polemicas, já dava como certo a sua aposentadoria. Muitos acreditavam que mesmo que viesse a aparecer no torneio nacional, não estaria presente no Mundial do Rio de Janeiro. Ou seja, o nacional seria a sua despedida.
Para apimentar as coisas, a imprensa aproveitou para perguntar para alguns jogadores o que eles achavam da sua longa ausência do mundo do mahjong. Ton e Saito foram categóricos em alfinetar que “era por medo e por conta da chegada de uma nova e forte geração”, o que eram comentários bem comuns vindo deles. Gui se limitou a comentar que “não se importava, só queria que justiça fosse feita em relação à Temporada 2 do Riichi Mahjong Brasil”. Sydonay dizia que “pior do que os meus hacks são as magias dele”, embora se contradissesse quando a imprensa então perguntava se a história dos hacks era verdadeira. Amauri foi mais politico e disse que “o mundo do mahjong perde muito com a sua ausência. Entendo os motivos dele, mas espero que um dia retorne para nós”. Certo sujeito que um dia sonhou em, levar o mahjong às escolas brasileiras chorava feito criança em frente às câmeras dizendo que “tudo era culpa dele pelo mahjong não crescer no Brasil”. Saymon se limitou a dizer que “o fato dele decidir abandonar o mundo do mahjong e o 2D era uma verdadeira revolução”, embora não tenha deixado muito claro o que o 2D tinha a ver com essa história. Indo por uma linha semelhante a Saymon, Bruno Murai afirmou que “ele está apenas tomando jeito e seguindo os rumos ditados pela sociedade. Nesse processo abandonar o mahjong e o 2D é natural”. Plaxsin se limitou a dizer que “adorava as suas análises dos jogos e campeonatos realizados pelo antigo grupo online do Riichi Mahjong Brasil”. Ashirogi reclamava que “ele recebe mais atenção do que eu, mesmo estando distante do cenário a meses”. Ednitro por sua vez, falou que “ele me prometeu trazer sakê do Japão, então tá tudo bem!”. Bebop sentiu peso na consciência e perguntou em rede nacional “será que foram minhas piadas?”. Larissa foi enfática e disse que “darei menos chineladas caso ele retorne”, em tom de propaganda política.
O treinador Fujiy, que como todo bom brasileiro não perde a oportunidade de uma boa piada, resolveu apimentar o caso e o inscreveu para o torneio como “o aposentado”, o que aumentou ainda mais as especulações por parte de todos. Por outro lado Fujiy sempre se desviava ou sumia das entrevistas quando perguntando sobre a questão. Curiosamente, no começo de sua carreira, o aposentado havia sido uma espécie de pupilo do Fujiy, numa época em que havia poucos especialistas de mahjong no Brasil, mesmo na internet. Fujiy era o único ativo no meio, de modo que todas as dicas e técnicas adquiridas pelo aposentado saíram da boca de Fujiy. Após o também retorno triunfal de Gui, a plateia estava eufórica e ao mesmo tempo apreensiva diante dessa última partida. Na torcida havia pessoas carregando cartazes torcendo pela volta do Gui e do aposentado. O mesmo ocorria na internet. Havia desde frases simples como “volte aposentado”, até outras mais criativas como “pode se aposentar depois do IronWolf acabar com a sua raça” ou “não vá antes de pagar o que deve ao seu melhor amigo Gui”, o que é uma ironia clara visto que Gui o odiava. Além disso, sabe-se lá o motivo, mas diziam que o melhor amigo do aposentado era o deus do mahjong.
Assim sendo, IronWolf, Saymon e Gui já estavam sentados a mesa, quando então, entrou pela porta o último jogador de São Paulo, pronto para o desafio. Dessa forma começou a última partida do torneio nacional, aquela que mostrará ao Brasil e ao mundo a melhor equipe nacional e revelará os melhores jogadores que representarão a nação verde-amarela no Mundial do Rio de Janeiro de 2016.