Eu tinha comentado que o episódio 1 se sentou me convencer que a Tanya podia ser má, falhou.
Agora nesse
episódio 3...
Primeiro, toda vez que vejo os olhos das personagens femininas ainda choro, isso é algo que merecia um documentário investigativo para descobrir como essa aberração aconteceu, porque fora esse detalhe o trabalho desse estúdio Nuts até que está bem bacana. Gostei muito como esse terceiro episódio foi feito, como ficaram as cenas, teve até "match cuts" e pequenos detalhes de edição, mostra que estão tendo cuidado com os episódios.
E se não foi surpresa para quem já conhecia a história, para eu que desconhecia está sendo uma boa surpresa.
No entanto...
Tem detalhes da história que sinto que o autor não pensou direito.
Os detalhes desse "deus".
Não faz sentido o que ele está fazendo. Tanya era a única pessoa que não tinha fé nele no mundo de onde veio? É muito arbitrário e nada digno de um "deus" fazer uma exceção por capricho pessoal. Se ele dissessem que estava fazendo aquilo como um experimento para entender melhor as pessoas daquela época, porquê elas estava perdendo a fé, até que seria uma explicação aceitável. Mas está fazendo aquilo apenas com e para a Tanya.
Nesse episódio fica falando de fé sem definir exatamente o que quer dizer por "fé".
Como ter fé, crer em algo sem retribuição após mostrar a Tanya que existe e que está contra ela?
Faz sentido?
O que esse "deus" está querendo não é fé, é submissão e adoração.
A Tanya parece estar equivocada sobre quem é esse "deus".
Um "deus" que controla ciclo de reincarnação no estilo oriental clássico e que se revela e que exige bajulação ao estilo Javé, esse "deus" pode ser o "deus" cristão? A Tanya falou com ele nesse episódio como se fosse. Do jeito que está agindo se for algo relacionado com a divindade cristão teria que ser nesse caso Satã. Isso forçando muito, porque Satã não controlaria quem e como reincarna, incluindo com poderes de enviar a alma para uma realidade alternativa.
Que "deus" é esse de mundos mundos afinal?
Sobre a maldição que colocou na Tanya, ela pode encarar apenas como um ritual, e afinal o a magia dela não foi dada por esse "deus" em primeiro lugar? Não muda muito, apenas a torna consciente disso. Ser consciente e encarar como maldição, talvez você possa dizer que seja uma manifestação de fé, todavia não é a fé que esse "deus" quer não é? Então muda nada.
Um outro detalhe que foi um pouco ridículo foi o cientista.
Ele se converter daquela forma foi ridículo, mas não o mais ridículo.
Um cientista que não admite erros em seu projeto não é um cientista, um engenheiro. Tudo que um verdadeiro cientista e engenheiro criar ele irá criar procurando erros para aperfeiçoar. E nunca que um projeto grande em tempos de guerra, por mais gênio que seja a liderança do projeto, seria deixada na responsabilidade apenas dele. Teria que haver junto uma equipe para trabalhar no projeto, fazer todos os cálculos, fazer o trabalho manual. Faria mais sentido se antes da intervenção do "deus" ele ficasse procurando erros e estivesse insistindo com a Tanya para continuar testando por precisar dela para continuar com o trabalho, acreditando fervorosamente que conseguiria encontrar as soluções para os problemas e então aí sim o "deus" aparecer para ele e "revelar" onde estavam os erros, como fazer certo.
Esse seria um modo convincente de fazer o cientista ter fé.
Enfim, é uma série bacana, só que esse debate teológica não está funcionando comigo.
Apesar de que é sempre divertido discutir.