03/01/2017, 11:38 |
Continuando com as divagações e reclamações.
No primeiro episódio quando a Cocona está no iglu com a Papika las brincam fazendo sombras e a Papika faz com as mãos essa sombra.
![[Imagem: uTndity.jpg]](https://i.imgur.com/uTndity.jpg)
A partir dali essa imagem se torna recorrente.
Em quase todo episódio há uma cena onde a Cocona é emoldurada por essa imagem, sinalizando a presença da Mimi espreitando ela.
![[Imagem: rUnVs3f.jpg]](https://i.imgur.com/rUnVs3f.jpg)
Sempre vou lamentar o desenvolvimento dos temas ter sido tão pobre e pedestre, mesmo assim é preciso reconhecer os méritos da série.
Flip Flappers foi uma série em que nenhum momento precisou fazer a Cocona abrir a boca para falar sobre ela, para denunciar o que sentia. Já no primeiro episódio desde a primeira cena o anime comunicou muito bem o drama interno da personagem, mostrando o que a Cocona fazia e deixava de fazer. Essas imagens recorrentes reforçavam a ideia de que a Cocona além de perdida estava sendo contida por algo. Junto com os elogios isso foi muito discutido durante a primeira metade, o que seria essa força misteriosa que parecia presente de modo tão oculto durante a série e se tinha relação com a Mimi que dava nome aos fragmentos.
Esse estilo de narrativa tão bem visto se não foi abandonado pelo menos perdeu muito de sua força no final, com essa metáfora visual se tornando concreta, com a Evil Mimi aprisionando a Cocona fisicamente.
E no fim ela nunca se liberta sozinha.
Ao mesmo tempo que ela estava sendo efetivamente presa pela mãe, foi também pela mãe que ela foi liberta, com um pouco da força da Papika. Complementando àquela metáfora visual da Cocona psicologicamente presa e perdida havia a ideia da Cocona ser influenciável. A Welwitschia denunciou isso no episódio 3 ("a máscara apenas teve poder porque você é vazia"), a Yayaka criticou isso no episódio 5 (quando a Cocona pensa que a Yayaka vai beijar ela). Desse modo não foi pela sua própria força que a Cocona se libertou no final, foi por e com influência da Papika. Ao invés de criar um lugar para ela no mundo a Cocona apenas "encontrou" um lugar para ela no mundo, junto com a Papika.
Também desse modo é possível entender como a Yayaka perdeu a Cocona para a Papika, mesmo estando com ela por tanto tempo. Ao contrário da Papika que chegou arrastando a Cocona, a Yayaka parece nunca ter sido de forçar a Cocona, se limitando a estar junto com ela, sem influenciar, deixando a Cocona livre para fazer o que quisesse. Em parte por isso que a Yayaka nunca respondia as perguntas da Cocona no início. Fazia diferença a Cocona saber, dizer o que ela deveria fazer? Ela escolheu apenas fazer o trabalho dela e observar e agir de acordo caso fosse preciso. Por isso perdeu, a Cocona é do tipo que precisa ser convencida do que quer.
A Cocona também no fim não se importou com mais ninguém, porque os outros não foram em PI para forçar a Cocona. Mas eles estavam lá apoiando ela, até o Salt e o Uexskull.
Sobre o Salt, tenho que escrever algo sobre ele.
![[Imagem: 8X43Vri.jpg]](https://i.imgur.com/8X43Vri.jpg)
Nesse último episódio aparece uma versão dele mais jovem se oferecendo para tomar o lugar dele e o Salt recusa.
Não entendo porquê a outra metade das pessoas tem que ser tão extrema. No caso dele se ofereceu para tonar o lugar e "desfazer" o que aconteceu (como se fosse possível). Por que essa outra metade das pessoas não ser apenas o que eles desejam no fundo mas não tem coragem. No caso da Mimi, se a outra metade dela não fosse tão demonizada faria mais sentido o que ela fez no flashback, teria sido apenas algo a Mimi sempre pôde fazer. A Mimi sempre pôde usar os poderes dela para destruir tudo e se libertar, por isso era sempre vigiada por guardas armados.
Mas ela nunca deve ter tido coragem, de destruir tudo e ficar livre para fazer o que quisesse.
Com a raiva teve.
Pra mim enfraquece um pouco essa outra metade ser vista como se fosse um outro ser independente que tomou posse dela, acharia mais forte se admitisse que foi o que ela quis, o que ela tomou coragem para fazer. Que ela como mãe matou e destruiu para proteger a filha, que apresentasse isso como uma faceta da Mimi e não mantivessem ela metade pura.
Sobre o Salt, ele querendo matar a Mimi poderia ser porque ele queria mesmo, poderia ser porque ele tinha raiva dela pelo que aconteceu com o pai,poderia ser porque ele nunca amou ela tanto assim para perdoar o que aconteceu.
Mas não, esse é mais um tema que não foi aproveitado para dar mais profundidade aos personagens.
Os demônios das pessoas na série são demônios externos a eles, na prática.
No primeiro episódio quando a Cocona está no iglu com a Papika las brincam fazendo sombras e a Papika faz com as mãos essa sombra.
![[Imagem: uTndity.jpg]](https://i.imgur.com/uTndity.jpg)
A partir dali essa imagem se torna recorrente.
Em quase todo episódio há uma cena onde a Cocona é emoldurada por essa imagem, sinalizando a presença da Mimi espreitando ela.
![[Imagem: rUnVs3f.jpg]](https://i.imgur.com/rUnVs3f.jpg)
Sempre vou lamentar o desenvolvimento dos temas ter sido tão pobre e pedestre, mesmo assim é preciso reconhecer os méritos da série.
Flip Flappers foi uma série em que nenhum momento precisou fazer a Cocona abrir a boca para falar sobre ela, para denunciar o que sentia. Já no primeiro episódio desde a primeira cena o anime comunicou muito bem o drama interno da personagem, mostrando o que a Cocona fazia e deixava de fazer. Essas imagens recorrentes reforçavam a ideia de que a Cocona além de perdida estava sendo contida por algo. Junto com os elogios isso foi muito discutido durante a primeira metade, o que seria essa força misteriosa que parecia presente de modo tão oculto durante a série e se tinha relação com a Mimi que dava nome aos fragmentos.
Esse estilo de narrativa tão bem visto se não foi abandonado pelo menos perdeu muito de sua força no final, com essa metáfora visual se tornando concreta, com a Evil Mimi aprisionando a Cocona fisicamente.
E no fim ela nunca se liberta sozinha.
Ao mesmo tempo que ela estava sendo efetivamente presa pela mãe, foi também pela mãe que ela foi liberta, com um pouco da força da Papika. Complementando àquela metáfora visual da Cocona psicologicamente presa e perdida havia a ideia da Cocona ser influenciável. A Welwitschia denunciou isso no episódio 3 ("a máscara apenas teve poder porque você é vazia"), a Yayaka criticou isso no episódio 5 (quando a Cocona pensa que a Yayaka vai beijar ela). Desse modo não foi pela sua própria força que a Cocona se libertou no final, foi por e com influência da Papika. Ao invés de criar um lugar para ela no mundo a Cocona apenas "encontrou" um lugar para ela no mundo, junto com a Papika.
Também desse modo é possível entender como a Yayaka perdeu a Cocona para a Papika, mesmo estando com ela por tanto tempo. Ao contrário da Papika que chegou arrastando a Cocona, a Yayaka parece nunca ter sido de forçar a Cocona, se limitando a estar junto com ela, sem influenciar, deixando a Cocona livre para fazer o que quisesse. Em parte por isso que a Yayaka nunca respondia as perguntas da Cocona no início. Fazia diferença a Cocona saber, dizer o que ela deveria fazer? Ela escolheu apenas fazer o trabalho dela e observar e agir de acordo caso fosse preciso. Por isso perdeu, a Cocona é do tipo que precisa ser convencida do que quer.
A Cocona também no fim não se importou com mais ninguém, porque os outros não foram em PI para forçar a Cocona. Mas eles estavam lá apoiando ela, até o Salt e o Uexskull.
Sobre o Salt, tenho que escrever algo sobre ele.
![[Imagem: 8X43Vri.jpg]](https://i.imgur.com/8X43Vri.jpg)
Nesse último episódio aparece uma versão dele mais jovem se oferecendo para tomar o lugar dele e o Salt recusa.
Não entendo porquê a outra metade das pessoas tem que ser tão extrema. No caso dele se ofereceu para tonar o lugar e "desfazer" o que aconteceu (como se fosse possível). Por que essa outra metade das pessoas não ser apenas o que eles desejam no fundo mas não tem coragem. No caso da Mimi, se a outra metade dela não fosse tão demonizada faria mais sentido o que ela fez no flashback, teria sido apenas algo a Mimi sempre pôde fazer. A Mimi sempre pôde usar os poderes dela para destruir tudo e se libertar, por isso era sempre vigiada por guardas armados.
Mas ela nunca deve ter tido coragem, de destruir tudo e ficar livre para fazer o que quisesse.
Com a raiva teve.
Pra mim enfraquece um pouco essa outra metade ser vista como se fosse um outro ser independente que tomou posse dela, acharia mais forte se admitisse que foi o que ela quis, o que ela tomou coragem para fazer. Que ela como mãe matou e destruiu para proteger a filha, que apresentasse isso como uma faceta da Mimi e não mantivessem ela metade pura.
Sobre o Salt, ele querendo matar a Mimi poderia ser porque ele queria mesmo, poderia ser porque ele tinha raiva dela pelo que aconteceu com o pai,poderia ser porque ele nunca amou ela tanto assim para perdoar o que aconteceu.
Mas não, esse é mais um tema que não foi aproveitado para dar mais profundidade aos personagens.
Os demônios das pessoas na série são demônios externos a eles, na prática.