05/01/2012, 19:21 |
(05/01/2012, 17:39)Kico7 Escreveu: GE? QUe nota você daria de 0 a 10?
Eu daria 7, mas como ainda estou com uns capítulos faltando pode decair ainda mais. Agora antes que vc pense que não recomendo o mangá, deixe-me explicar, considero GE dentro de sua proposta (harém) um sucesso, pois é de longe uma das mais criveis obras e os personagens são muito bons, à ponto de vc torcer por cada uma das meninas
GE não é um shoujo, que fique claro, tanto os quesitos procedência e modelo narrativo corroboram com isso. Um grande problema da série é que ela cria expectativa, têm provavelmente um dos melhores One-shots que eu já li, mas se funciona bem como obra única, o mesmo não se diz para mais de 100 capítulos.
Com as cartas jogadas na mesa direi qual o maior problema da série. Ela é verosímil demais. A despeito do que muitos dizem, quando se abre um mangá vc almeja algumas coisas, a principal é entretenimento, todavia GE tem um protagonista normal, não é um covarde odiável como um Shinji, nem um conquistador inegável como o Keima, ele poderia ser qualquer um que lesse o mangá. Não seria raro um rapaz ler esta obra e lembrar das garotas que podia ter namorado, ou de seus relacionamentos na época de colégio.
Cometerei agora alguns impropérios feios e de antemão já peço que me perdoem. Algumas obras têm a capacidade de provocar mal estar no leitor, este mal estar só é possível na relação reconhecimento/rejeição; quando você lé um Gantz pode se afiliar a ações de determinado personagem ou repudiá-las, se não o fizer acabaria por não se importar com eles. Mas estamos falando de hard sci-fi, quando nos focamos para o cotidiano as coisas mudam de figura. Uma obra-prima como Lolita, Os miseráveis, O vermelho e o negro, com seus anti-heróis tão próximos de qualquer um de nós, mescla reconhecimento e rejeição em níveis atômicos, você é compelido a encarar seus fantasmas interiores e eventualmente osabismo lhe retribuirá o olhar.
Um grande mangá ou livro te faz pensar, mas GE te faz apenas revisitar um passado hipotético. As personagens são esterilizadas, tiraram delas o componente do mal-estar, são tal qual uma lembrança agradável que nada acrescenta as constantes histórias que você conta a si mesmo sobre o passado. Há mérito em jogar um galge de lolis deficientes, pois detrás da satisfação de seus demônios pessoais têm-se o choque e este chama ao pensamento. Ler GE não fere, não ofende e nem mesmo aliena, apesar de tudo acalenta o coração como a visão fugaz da sua namoradinha de oitava série.