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Ralph Bakshi


1 respostas neste tópico
 #1
Ralph Bakshi nasceu em 29 de outubro de 1938 em Haifa, Palestina (agora Israel). No ano seguinte se mudou com a família para Nova York escapando da guerra. Cresceu no Brooklyn onde estudou na High School of Industrial Arts (conhecida agora como High School of Art & Design). Bakshi se tornou cartunista, indo trabalhar para o estúdio Terrytoons em New Rochelle. Passou por vários cargos até se tornar animador (em desenhos como "Super Mouse") e dirigir alguns dos desenhos para televisão do estúdio.

Em 1967, Bakshi aceitou um convite para ser produtor e diretor dos estúdios de animação da Paramount, conhecidos como Famous Studios (antes Max Fleicher Studio), onde dirigiu quatro curtas para cinema: "Marvin Digs", "Mini Squirts", "Super Basher and Bop" e "The Fiendish Five".

Quando ocorreu a crise e o cancelamento do mercado de curtas-metragens para cinema, o estúdio fechou, e Bakshi foi contratado por Steve Krantz para ir ao Canadá trabalhar em um novo projeto no Al Guest Studios. Ele dirigiu e produziu a primeira versão animada de "Homem-Aranha". Em 1968, o "Homem Aranha" foi finalizado em Nova York, e logo depois Bakshi abriu seu próprio estúdio em Herald Square, onde montou equipe e produziu diversos comerciais de TV. Foi nessa época que Bakshi vendeu a idéia de fazer um longa-metragem de "Fritz the Cat" (talvez seu projeto mais conhecido) para Steve Krantz. No meio da produção, toda equipe precisou se mudar para Los Angeles, pois o sindicato dos cartunistas se recusava a cooperar com o estúdio. Na Califórnia, o sindicato local não apresentava problemas.

Trio de filmes polêmicos

"Fritz the Cat" foi produzido inteiramente em animação tradicional ("2D") e a trilha de som foi gravada quase integralmente nas ruas de Nova York, com exceção de Griz, as garotas, Big Bertha e alguns personagens principais. Em abril de 1972, "Fritz the Cat" estreou em Los Angeles e Nova York com grande apoio da crítica. Bakshi foi convidado para a semana dos diretores no Festival de Cannes, e até mesmo o Museu de Arte Moderna exibiu o filme. Pesado, o filme era uma sátira a vida americana, relações entre raças, o amor livre, e as políticas de esquerda e direita. As maiores curiosidades, porém, são que "Fritz the Cat" se tornou o primeiro filme animado independente a faturar mais de US$ 100 milhões nas bilheterias, e foi a primeira animação a ganhar classificação para adultos.

Em 1982, Bakshi escreveu "Heavy Traffic", que produziria ao lado de Steve Krantz. O filme, que contém cenas combinando animação e ação-real (live-action) explora as freqüentes fantasias surreais de uma jovem cartunista nova-iorquino chamado Michael Corleone,usando imagens de pinball como metáfora para a vida na cidade. "Heavy Traffic" incorpora uma das maiores marcas de Bakshi: o pesado uso de filmagens em live-action (ação real) mas não foi usada a técnica rotoscopia. O filme é considerado um dos melhores trabalhos de sua carreira, e manteve a aura polêmica de "Fritz the Cat".

Seu próximo filme foi ainda mais polêmico. Bakshi conheceu e se tornou amigo de Al Ruddy, quando este exibiu seu filme "O Poderoso Chefão" na UCLA. Convenceu Ruddy a produzir um filme baseado no livro "Uncle Remus". O filme se chamaria "Coonskin". E aqui vale um fato curioso. A Bakshi Productions foi criada para o novo filme enquanto "Heavy Traffic" ainda estava em produção. Steve Krantz ao saber da notícia não permitiu o retorno de Bakshi, mas precisou voltar atrás quando descobriu que ninguém mais conseguiria terminar "Heavy Traffic".

"Coonskin" foi produzido tendo inicialmente títulos como "Harlem Nights" e "Coonskin no more". A idéia que vinha do interesse de Bakshi pela história Afro-americana nos EUA, era focado no racismo e nos estereótipos racistas. O lançamento do filme foi marcado por protestos, incluindo grupos políticos, que acusavam o filme de ser racista, forçando a exibição limitada nos cinemas. O filme só encontrou elogios anos após seu lançamento em 1975.

Filmes fantasia

Ralph Bakshi se distanciou dos filmes polêmicos e se focou em fantasia. Seu primeiro filme nessa fase foi "Wizards" em 1976. O filme é uma ficção-científica fantasiosa pós apocalíptica sobre uma batalha entre dois magos: um representando as forças da magia e outro as forças da tecnologia. O longa foi escrito, dirigido e produzido por Bakshi, que teve problemas quando não conseguiu completar as cenas de batalha com o orçamento oferecido pelos estúdios FOX. Bakshi se viu a obrigado a pagar do próprio bolso o que faltava e usou a técnica da rotoscopia (traçar por cima de cenas em live-action) a partir de material filmado da Segunda Guerra Mundial, mais especificamente dos nazistas. "Wizards" faturou apenas US$ 9 milhões nas bilheterias e desde então se tornou um cult.

O projeto seguinte também é um de seus mais conhecidos, a adaptação de "O Senhor dos Anéis" de J.R.R. Tolkien. Foi a primeira tentativa cinematográfica de adaptação do épico literário a ser produzida. O projeto animado era para ser uma trilogia, mas após negociações com a United Arts foi decidido que seriam apenas dois filmes. No entanto, apenas um filme foi finalizado. "O Senhor dos Anéis" é um dos filme muito experimental utilizando uso da rotoscopia, trechos de animação tradicional e cenas live-action misturadas com animação. Bakshi teria depois feito uma auto-crítica pelo uso excessivo da rotoscopia, dizendo que poderia ter usado as filmagens apenas como referência. Apesar das críticas divididas, o filme foi um sucesso comercial. Mesmo assim, a segunda parte que estava em produção foi cancelada e nunca terminada. Peter Jackson foi inspirado a ler a saga do anel após assistir a versão animada de Bakshi. Chegou até a adaptar trechos da versão animada, como a cena em que os Ringwraiths chegam ao quarto dos hobbits e atacam suas camas - que segundo consta, não ocorre desse modo no livro.

Velha fórmula


A década de 1980 viu o retorno aos filmes com temáticas mais adultas, o que na verdade era visto como tendência por Hollywood. Jim Henson produzira "O Cristal Encantado" e Disney apostava em "O Caldeirão Mágico" (os dois filmes testavam um público mais adulto). Bakshi novamente escreveu, dirigiu e produziu "Hey, Good Looking". O filme é ambientado no Brooklyn, Nova York, durante os anos 1950, e conta a história de Vinnie, o líder de uma gangue chamada "the Stompers", seu amigo Crazy Shapiro, e suas garotas Roz e Eva. O filme foi completado em 1975, tendo apenas os personagens principais animados e o resto do elenco atores em live-action. Em uma primeira exibição prévia, os executivos da Warner teriam adorado o filme. Uma semana depois voltaram atrás, alegando que achavam a combinação não funcionava, forçando Bakshi a animar todo o restante do filme enquanto produzia seus outros filmes. A Warner só lançaria o filme em 1982.

Em 1981, Bakshi dirigiu "American Pop", outro de seus filmes cult. Conta a história de quatro gerações de uma família imigrante de russos judeus, todos músicos, cujas carreiras traçam um paralelo com a história da música popular norte-americana. Boa parte do filme foi produzida usando a técnica rotoscopia, mas houve a utilização de diversas técnicas como aquarela, computação gráfica e cenas live-action. "American Pop" fez uma boa carreira nas bilheterias, mas não faturou o suficiente para cobrir os enormes gastos com o licenciamento das músicas usadas no filme.

Em 1983 foi lançado "Fire and Ice", um projeto criado por Bakshi e Frank Frazetta e distribuído pela FOX. Produzido utilizando a rotoscopia, o filme tratava novamente de uma história envolvendo espadas e magia, tendo seu roteiro criado por dois escritores da série "Conan" da Marvel Comics, Gerry Conway e Roy Thomas. "Fire and Ice" teve sucesso mediano nos cinemas, mas encontrou seu público anos mais tarde.

Nos anos 80, Bakshi retornou aos pequenos projetos e a televisão. Seus maiores destaques nessa época foi um vídeo-clipe dos Rolling Stones dirigido por ele, combinando cenas da banda e animação dirigida pelo animador John Kricfalusi. Em 1987, lançou a série "As Novas Aventuras do Super Mouse" (Mighty Mouse: The New Adventures), que foi exibida no Brasil pelo SBT. O revival do Super Mouse, produzido em duas temporadas (1987-88) teve apenas 19 episódios e foi acusado de ter piadas mais focadas nos adultos que no público infantil. Serviu também como laboratório para futuros talentos da animação na televisão como John Kricfalusi ("The Ren and Stimpy Show"), Bruce W. Timm (produtor do seriado "Batman: The Animated Series") e Jim Reardon (roteirista de "Tiny Toon" e diretor de episódios de "Os Simpsons".

Mundo Proibido

O filme mais recente e mais conhecido de sua filmografia foi "Mundo Proibido" ("Cool World") de 1992. A história foi originalmente criada por Bakshi, tendo ele também dirigido a animação e as filmagens live-action, numa produção sob o selo Paramount. O filme é estrelado por Brad Pitt, Kim Basinger e Gabriel Byrne. Conta a história de um cartunista que se encontra dentro do mundo animado criado por ele mesmo, e é seduzido por um de seus personagens que deseja se tornar real.

"Mundo Proibido" marcou o retorno de Ralph Bakshi a um projeto de cinema, mas o resultado não foi o desejado por ele. O projeto foi apresentado como sendo um filme de animação de terror sobre um cartunista underground que se torna pai ilegítimo de uma filha metade humana metade cartoon que odeia a si mesma e deseja matá-lo. Durante a produção, o roteiro original de Bakshi foi descartado pelo produtor Frank Mancuso Jr., tendo um novo roteiro elaborado por Michael Grais e Mark Victor (ambos responsáveis pelos roteiros dos primeiros filmes da franquia "Poltergeist"). Bakshi não gostou do novo roteiro mas se viu forçado a terminar o filme para poupar a equipe de animadores. Mas atacou publicou o filme anos após seu lançamento e só voltou a trabalhar num projeto de cinema 13 anos depois com "Last Days of Coney Island", ainda não concluído. O filme foi um fracasso de público e de crítica, que o acusou de tentar imitar "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988). Para piorar, o próprio Brad Bitt dizia em entrevistas frase como "is like Roger Rabbit on acid" ao falar de "Mundo Proibido".

Em 1995, Bakshi produziu e dirigiu dois curtas para Hanna-Barbera: "Babe He Calls Me" e "Malcolm and Melvin". No ano seguinte criou uma série de detetive estilo ficção-científica para a HBO chamada "Spicy City".

Como dito em seu site oficial, Ralph Bakshi criou polêmica em todos os seus filmes enquanto continuamente quebrava novas barreiras em sua forma de arte. Ele encorajou o público a olhar a animação de um novo modo, criando mundos que as vezes soam familiares, outras vezes estranhos, chamando atenção pelo seu poder e estranheza.Bakshi foi o pioneiro na animação de temas adultos utilizando comentários políticos e satíricos. Confira mais sobre ele no site oficial, e a filmografia completa no site IMDB.
Filmes (Cinema)

- Fritz the Cat (1972) - vídeo
- Heavy Traffic (1973) - vídeo
Spoiler:  
http://www.youtube.com/watch?v=vraUu632PIY
- Coonskin (1975) - vídeo
- Wizards (1977) - vídeo
- J.R.R. Tolkien´s The Lord of the Rings (1978) - vídeo - American Pop (1981) - vídeo
- Hey Good Lookin´ (1982) - vídeo - Fire and Ice (1983) - vídeo
- Mundo Proibido - Cool World (1992) - vídeo

Televisão

- Mighty Mouse: The New Adventures (seriado) (1987) - vídeo - Christmas in Tattertown (especial de TV) (1988)
- This Ain´t Bebop (live action) (1989)
- Hound Town (1989) (TV)
- Dr. Seuss´ The Butter Battle Book (1989) (especial de TV)
- Cool and the Crazy (telefime live-action) (1994)
- Malcom and Melvin (1997)
- Babe, He Calls Me (1997)
- Spicy City (TV series) (1997

Fonte:
Spoiler:  
http://www.animation-animagic.com/prod.aspx?idConteudo=526
Responder
 #2
Eu vi esse filme do Fritz the cat já Sorrisão

Apesar de as partes de videoclip serem toscas, é muito legal ^^

Não sabia que Super Mouse era dele, isso nunca me disseram Sorrisão
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