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Pensamento sobre a Teoria dos universos paralelos


Tópico em 'Vale tudo' criado por 早乙女ルイ em 02/02/2012, 02:59.
9 respostas neste tópico
 #1
Estava aqui a assistir Fringe, seriado altamente esburacado, mas eu gosto,
Nele tem o uso de universos paralelos, no conceito de que "cada decisão cria um universo diferente",


Pra quem viveu em uma caverna até o presente momento e não sabe o que é:
Citar:Universos paralelos

Há um antiquíssimo debate entre livre-arbítrio e determinismo. Podemos mudar nosso destino ou a vida segue em frente de acordo com um plano pré-formulado?

Imagine que você vá a um desses cinemas com múltiplas salas de exibição simultânea. Você compra um ingresso, passa pela roleta, vai à lanchonete e adquire um saco de pipocas. Entra numa sala e começa a assistir ao filme. Em
poucos minutos, percebe que é um filme de que não vai gostar. Sai da sala e entra em outra. Gosta do filme e fica.

Você pode ver claramente que seu único livre-arbítrio em toda essa situação foi escolher a qual filme queria assistir. Seu controle sobre os filmes era nenhum. Todos os filmes nas salas de projeção haviam sido previamente escolhidos pela direção do cinema. E mais: todas as histórias dos filmes haviam sido previamente escritas por roteiristas e filmadas por cineastas.

De acordo com a teoria dos universos paralelos, a nossa vida é como a situação que você teria vivenciado no cinema. Versões diferentes da sua vida estão transcorrendo ao mesmo tempo. Elas existem nos universos paralelos.
Assim como no cinema você não pode mudar o filme a que está assistindo, na vida você não pode mudar o filme de que está participando. Mas tem a capacidade de escolher um ou outro filme, um ou outro universo. Desse modo, nossa existência seria um constante escolher e mudar de universos, mesmo a cada pequeno instante.

É evidente que, na vida cotidiana, tudo isso acontece num nível inconsciente e automático, com todos os nossos sofisticados equipamentos mentais e volitivos sendo usados para manter o mundo tridimensional em funcionamento e nos permitir a tomada de decisões.

Esse é o mistério da vida, a maravilhosa complexidade existente por trás de tudo aquilo que nos parece tão simples. Nossa atuação no mundo não depende do conhecimento dessas mecânicas, assim como não precisamos saber como funciona a máquina de projeção para assistirmos a um filme.

By Revista Galileu


Essa teoria surgiu com o estudo da fisica quantica, se não me engano, logo, se na fisica quantica isso faz sentido,
eu desconheço, nunca estudei isso e nem pretendo.

Mas na pratica eu acho que isso não faz nenhum sentido. Claro que eu posso estar errado, mas vale a pena dissertar sobre coisas sem sentido.

O que eu acho estranho nessa "teoria" ou "hipotese" é que,
na natureza, não há livre-arbitrio, tudo é movimento pelas 4 forças fundamentais que regem o universo. Gravidade, eletro-magnetismo, e forças nucleares fracas e fortes. Não tem como um planeta Terra ter sido formado e em outro universo, o mesmo gás responsavel pela criação desta
Terra, ter decidido se dissipar, ou até mesmo na rota da Terra pra entrar em órbita adequada, basicamente foi a gravidade e a inercia que colocou
ela ali.

Assim como os oceanos, o surgimento do primeiro ser vivo da Terra, tudo foi basicamente no embalo do que o universo criou a muito
tempo atrás.

Então, tudo é movido pelo "embalo universal", um animal pré-histórico decidiu que deveria sair da água em busca de comida, a consciencia dele
não poderia ter tomado outra decisão, já que o que levou ele a tal decisão, foi a natureza que o forçou pra tal coisa. Ali esta ele, o mesmo cerebro,
na mesma situação, qualquer opção de escolha dele, o levaria a escolher sair da água. Não acho que ele mesmo se contraria e faria outra coisa,
na mesma situação, 100% igual, incluindo até a mesma linha-de-tempo.

Mas vou pular um pouco pro presente, hoje em dia.
Em tal teoria, agora existe um universo em que eu estou jogando Shinobi ao invés de estar aqui escrevendo, porque foi o que eu pensei em fazer.
Mas minha consciencia é única, na mesma situação, estar sentado sem nada pra fazer, bebendo yogurito, minha consciencia me fez pensar em
escrever tal tópico, e ela é única. Como que o mesmo ser vai tomar diferentes decisões na mesma situação? O que teve de diferente pra o outro "eu",
desistir dessa idéia?

mais cedo eu sai pra ir comprar Monster Hunter, num vento frio da porra, eu decidi parar no meio do caminho, comprar o almoço e voltar,
a situação forçou o "eu" a fazer isso, não como eu ter tido outra decisão, visto que eu sou eu. A mesma pessoa.

Fica ai a minha dissertação inutil :p

concordam? discordam? não tem o que o dizer?
Responder
 #2
(02/02/2012, 02:59)早乙女ルイ Escreveu: Estava aqui a assistir Fringe, seriado altamente esburacado, mas eu gosto,
Nele tem o uso de universos paralelos, no conceito de que "cada decisão cria um universo diferente",


Pra quem viveu em uma caverna até o presente momento e não sabe o que é:


Essa teoria surgiu com o estudo da fisica quantica, se não me engano, logo, se na fisica quantica isso faz sentido,
eu desconheço, nunca estudei isso e nem pretendo.

Mas na pratica eu acho que isso não faz nenhum sentido. Claro que eu posso estar errado, mas vale a pena dissertar sobre coisas sem sentido.

O que eu acho estranho nessa "teoria" ou "hipotese" é que,
na natureza, não há livre-arbitrio, tudo é movimento pelas 4 forças fundamentais que regem o universo. Gravidade, eletro-magnetismo, e forças nucleares fracas e fortes. Não tem como um planeta Terra ter sido formado e em outro universo, o mesmo gás responsavel pela criação desta
Terra, ter decidido se dissipar, ou até mesmo na rota da Terra pra entrar em órbita adequada, basicamente foi a gravidade e a inercia que colocou
ela ali.

Assim como os oceanos, o surgimento do primeiro ser vivo da Terra, tudo foi basicamente no embalo do que o universo criou a muito
tempo atrás.

Então, tudo é movido pelo "embalo universal", um animal pré-histórico decidiu que deveria sair da água em busca de comida, a consciencia dele
não poderia ter tomado outra decisão, já que o que levou ele a tal decisão, foi a natureza que o forçou pra tal coisa. Ali esta ele, o mesmo cerebro,
na mesma situação, qualquer opção de escolha dele, o levaria a escolher sair da água. Não acho que ele mesmo se contraria e faria outra coisa,
na mesma situação, 100% igual, incluindo até a mesma linha-de-tempo.

Mas vou pular um pouco pro presente, hoje em dia.
Em tal teoria, agora existe um universo em que eu estou jogando Shinobi ao invés de estar aqui escrevendo, porque foi o que eu pensei em fazer.
Mas minha consciencia é única, na mesma situação, estar sentado sem nada pra fazer, bebendo yogurito, minha consciencia me fez pensar em
escrever tal tópico, e ela é única. Como que o mesmo ser vai tomar diferentes decisões na mesma situação? O que teve de diferente pra o outro "eu",
desistir dessa idéia?

mais cedo eu sai pra ir comprar Monster Hunter, num vento frio da porra, eu decidi parar no meio do caminho, comprar o almoço e voltar,
a situação forçou o "eu" a fazer isso, não como eu ter tido outra decisão, visto que eu sou eu. A mesma pessoa.

Fica ai a minha dissertação inutil :p

concordam? discordam? não tem o que o dizer?

Vamos lá. Acho que posso esclarecer um pouco sobre isso, pois fez parte da minha dissertação de mestrado.

Primeiro Fringe é fantasia disfarçado de ficção científica, universos paralelos lá são tratados de maneira completamente diferente com que a Física trata.

Segundo é que a Mecânica Quântica é a teoria científica mais bem sucedida da história da ciência, com a maior concordância experimental até o momento. Sobre universos paralelos, existem varias categorias de possíveis universos paralelos. Vou tentar explica isso melhor.

No início da criação da MQ (abreviando Mecânica Quântica) por Heisenberg e Schrondinger ela foi aplicada há vários problemas atômicos com bastante sucesso. Foi percebido por Max Born que o formalismo matemático da MQ leva necessariamente que a função de onda (a função que descreve qualquer sistema físico) só pode dar informação que pode ser medida através de amplitudes de probabilidade da função de onda (a função de onda pura dá números complexos). Percebeu-se que a probabilidade é inerente a própria estrutura da MQ, que mesmo obedecendo uma equação determínistica (a equação de Schrondinger) a posição de um életron não pode ser determinada com precisão infinita como na Mecânica Clássica, só pode falar de regiões de probabilidades onde o Elétron pode estar. E isso não é uma imprecisão da MQ e sim que as partículas no nível atômico se comportam de maneira completamente diferente de partículas macroscópicas, violando nosso senso comum diário. E este é o principal motivo da estranheza de muitos em relação a MQ, mas o universo atômico é assim, então não tem muito o que fazer.

Schrondinger não gostou da interpretação probabilística e criou um experimento mental para querer mostrar que ela é absurda. É o famoso gato de Schrondinger. Um gato numa caixa é ligada a um mecanismo que pode liberar um gás e matar o gato. Isto é ligado a um contador Geiger e um amostra de urânio. Se um átomo de urânio decair aciona o mecanismo e mata o gato, se não decair o gato sobrevive. Existe uma probabilidade de 50% para cada caso. O que a MQ diz é que se tivermos a função de onda do gato vivo e a função de onda do gato morto, a combinação das duas também é solução da equação de schrondinger portanto uma solução aceitável. Aí que entra o observador. O observador precisa abrir a caixa para saber se o gato está vivo ou morto. Mas antes disso o que temos é sobreposição das funções de onda do gato vivo e morto, e a função de onda "colapsa" para um único estado quando o observador interage com o experimento. Esta é a chamada interpretação de Copenhagen que Bohr e Heisenberg defendiam e Schrondinger considerava absurdo. Esta é a versão mais usada nos livros textos de MQ. Einstein era extremamente contra esta interpretação, apesar de nunca ter conseguido objetar, devido ao enorme sucesso experimental da teoria.

Na interpretação de Copenhagen, só existe um universo, a função de onda colapsa para um único estado sempre que é observada, então não existe múltiplos universos. Mas muita gente foi cética com esta interpretação, pois segundo muitos eles estavam colocando elementos extras na MQ, como o colapso da função de onda que nunca conseguiram explicar como este mecanismo acontece em relação ao observador. Achavam muito metafísico e aplicando a navalha de Occam não havia razão para usar esta interpretação, a não ser conforto mental.

Hugh Everett III foi o primeiro a criar o formalismo da MQ onde tenta usar o mínimo de elementos extras. É o que chamam de "Many-Worlds Interpretation". Se usar a equação de Schrondinger diretamente a cada partícula e usar a linearidade da equação, tem como mostrar que todos as possibilidades de estados de uma partícula são possíveis para determinar a amplitudes, quando vamos descrever um elétron passando por uma fenda e existe dois caminhos, a função de onda é descrita como a combinação linear das duas possibilidades. Para Everett, não vamos descartar uma e dizer que colapsa, apenas a que nós observamos é apenas a que apareceu no nosso universo. Para ele o universo se "divide" em dois neste momento e isso é consequencia da linearidade da equação de schrondinger. É dito que o outro universo sofreu descoerência (e isso pode ser medido) em relação ao nosso. Para os que advogam esta interpretação isso pode ser falseável (como qualquer teoria científica tem que ser), basta mostrar que a equação da MQ não é linear, e isso é comprovado por milhares de experimentos com precisão de umas 15 casas decimais. Então a existência de "universos paralelos" deste tipo é uma consequência das leis mais fundamentais da MQ, e eles são infinitos e existem no mesmo espaço-tempo conjuntamente, mas estão fora de fase. Weinberg, novel de física diz que é como no nosso quarto há milhares de ondas de rádio no mesmo espaço, mas o nosso rádio só consegue sintonizar um por vez. Em um determinado a função de onda é sempre a mesma.

Hoje o formalismo acima é bastante difundido e relativamente bem aceito, apesar de com ressalvas por muitos. Mas a maioria concorda que isto está dentro do formalismo da MQ querendo ou não, e se a MQ está correta (como tudo indica que está até agora) algo sobre isso não tem como negar. Mas este é apenas um tipo de universo paralelo, que Tegmark chama de nível III.

Existe outros como os de nível I que são quando se aplica a MQ ao próprio universo, mas bem no início do Big Bang. Em algum ponto do tempo o universo foi menor que o Elétron. então aplicar a MQ é válido e usando o modelo de Everett chega em outro tipo de universo paralelo, que são universos que estão separados espacialmente, e podem ter outras leis físicas, e serem completamente alienígenas ao nosso. Isso possibilitou a criação do modelo inflacionário do Big Bang, que o espaço se expandiu como um balão no início do Big Bang. E isso é comprovado experimentalmente usando dados de satélites (COBE por exemplo) que mede a radiação cósmica de fundo e de microondas, e a densidade de matéria no universo. Diferentes dos universos do nível III que são descoerentes, os do nível I seria em tese possível "viajar" até eles, se pudéssemos gerar energia do escopo de um buraco negro com facilidade, mas aqui são só especulações sem nada concreto. Universo do nível II e IV são menos discutidos e são bem mais complicados então vou deixar de lado.

Inclusive a existência de universos nível III acaba com qualquer paradoxo de viagem no tempo se forem possíveis. Ao voltar ao passado, o que acontece é que o universo "separa", então o que acaba acontecendo é que entra em uma linha de tempo paralela. Então se matar seu pai não vai gerar paradoxo, pois aquele não é exatamente o pai que te concebeu.

E sobre a questão do livre arbítrio, tem vários artigos discutindo isso e por que a existência de universos nível III não viola o livre arbítrio. Quem sabe depois eu falo mais sobre isso depois.

Note que não existe todos os universos imagináveis e sim todos os universos possíveis, o que é bem diferente. Se numa situação que tiver que tomar uma decisão, existe uma amplitude de probabilidade e nem sempre é 50%-50%, então alguns universos digamos que são extremamente raros. Depois discuto mais um pouco sobre isso, já que estou morrendo de sono e viajei bastante e nem sei se fui claro hehehe. Mas todo este post confuso foi só para dizer que universos paralelos não é só coisa da cabeça dos físicos, existe muita fundamentação experimental e teórica por trás (inclusive estão planejando alguns experimentos onde talvez possa ser possível detectar outros "universos" de um elétron medindo a diferença de fase em processos de descoerência).

Depois eu indico links ou artigos mais científicos e precisos, alguns até de divulgação sobre o tema.

EDIT:
Citar:O que eu acho estranho nessa "teoria" ou "hipotese" é que,
na natureza, não há livre-arbitrio, tudo é movimento pelas 4 forças fundamentais que regem o universo. Gravidade, eletro-magnetismo, e forças nucleares fracas e fortes. Não tem como um planeta Terra ter sido formado e em outro universo, o mesmo gás responsavel pela criação desta
Terra, ter decidido se dissipar, ou até mesmo na rota da Terra pra entrar em órbita adequada, basicamente foi a gravidade e a inercia que colocou
ela ali.

Esta visão é bem mecânica, semelhante a de Laplace, que o universo é um imenso relógio. Mas as leis mais fundamentais da natureza não são assim, já que elas dependem fundamentalmente de probabilidades. As 4 forças fundamentais, principalmente a nuclear forte e fraca todos os processos são probabilísticos, como o decaimento radioativo e a formação de partículas elementares.
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 #3
alocks :p

agradeço a aula,

falei do Fringe porque eu tava dissertando enquanto via ele :p
sei que é bem viajado...
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 #4
@Thanos
[Imagem: indeed-good-sir-splendid-rebuttal-en-ffffff]
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 #5
Minha reação lendo esse tópico:Bláblábláblá whiskas sachê.
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 #6
E eu pensava que este tópico não iria ser upado Icon_lol
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 #7
Se o Antonioli tivesse aqui na época teria se juntado ao papo provavelmente Icon_lol
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 #8
Tem uns animes legais que exploram esse assunto, como Noein, Bokurano, Steins;Gate, Mirai Nikki (acho) etc.
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 #9
Visual Novels é que mais usam o tema, é até manjado já. Em animes já é mais raro.
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 #10
Mais um motivo preu começar a explora-las...
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