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Rin seguiu pelo "mau caminho"?


2 respostas neste tópico
 #1
Citar:Só postando algo que eu escrevi quando estava lendo Usagi Drop e acabei esquecendo de postar por aí.
Estava disponível apenas como "Acessível a Amigos" no Bambeando na Corda Bamba, escrito em 15 de Julho.

Considerações sobre os rumos de Usagi Drop.

[Imagem: usagi_08_0202.png]

Primeiramente, é o melhor começar a falar sobre a primeira fase do mangá.
De fato, é excelente MESMO.
Os temas abordados ali, e como eles são tratados, tudo é muito satisfatório.
No meio, aparecem um núcleos e temas secundários, como a situação da Haruko e a da Yukari de mãe solteira.
Nesse caso da Yukari, dá para pensar a parte, pelas consequências que tem para a história, mas, o importante primeiro.

Acredito que as questões pessoais dos personagens são temas secundários da história. Há questão principais que são questão universais, e as questão pessoais são a forma como os personagens lidam com elas.
A Genalogia dos Kawagi é estranha, mas não é algo lá importante, então ninguém dá muita importância para isso, afinal nem tem nada para dizer sobre.
O importante ao meu ver é que a história é sobre, perseverança, talvez.
A despeito de toda a dificuldade e desafios que o Daikichi enfrenta para criar a Rin, elas não são tão especiais. Cada um tem seus próprios desafios e conquistas, cada um é uma pessoa única e tal, mas o que o Daikichi aprende no final do volume 4, não apenas aprende, mas lhe é dito, é que tudo aquilo é "normal".
Sim, as pessoas nascem crianças, crescem, tem filhos e criam eles. Essa experiência é algo natural da vida, e uma grande felicidade, mas não é algo tão extraordinário ao ponto dele ficar deslumbrando como estava.
Mas isso não é ruim, algo pessimista, pelo contrário. Basta um pouco de força de vontade que se consegue lidar com aquilo, apenas de que alguns acabem desistindo, como a Mãe da Rin que preferiu usar essa perseverança em outras atividades.

Depois de nos mostrar o dia a dia e desafios diários de criar uma criança, no mangá nos chega a essa conclusão, e então a autora faz uma decisão controversa. Mudar o foco.
A série é claramente dividida em duas fases, a fase de criança e a fase de se tornar um adulto.
No volume 5 eu estava um bocado decepcionado até o último capítulo. Até ali, parecia que a série tinha se tornado apenas mais um slice escolar, e felizmente não é bem isso.
Na minha opinião, o anime DEVE acabar no volume 4 e talvez ter um epílogo, ou episódio extra, mostrando esse último capítulo do volume 5 para mostrar como terminaram algumas questões que estavam pendentes.

Pessoalmente, fiquei bem decepcionado com a Yukari.
Não por não ser a escolha que gostaríamos de ver, é por desaprovar mesmo a escolha dela.
Típica decisão de mulher burra. Não sei como foi com seu primeiro marido, ele nunca mais apareceu mesmo, mas isso não é desculpa para recusar o Daikichi. Eles se amam, então porque não ficarem juntos? Ela tem algum complexo de velha solteirona, só pode. Ela não sabe viver como casal, pior que isso, tem medo. Mas então, só para prevenir o Daikichi de voltar para perto dela, ela se casa com outro, alguém aparentemente fácil de lidar e que não a conhece tão bem.
Uma idiota, péssima escolha.

Já a situação do Kouki, ele se arruinou.
A Rin gostava dele e ele não percebeu e fez todas as escolhas possíveis.
Mesmo que ela perdoe ele e tudo mais, o sentimento que tinha já morreu a muito tempo e não tem mais volta.
Só se lamentar agora.


E agora, a segunda fase.
Minha impressão é que a primeira fase da série é sobre o Daichiki, o volume 5 é sobre todos, e dali em diante até o final é sobre a Rin. Definitivamente é isso, a segunda fase é sobre como a Rin lida com tudo que aconteceu na primeira.
Ela é meio lenta, o período abordado é bem curto, menos de um ano, isso sem contarmos os flashbacks do ginasial.
Durante todo essa fase eu fiquei temeroso sobre isso poder acontecer, realmente, a série não ser sobre "isso" era um grande atrativo inicial, e vendo sinais de que isso poderia acontecer, comecei a cruzar os dedos, mas não deu, no fim, a série acabou indo para esse lado. A Rin ama o Daikichi.
Entretanto, tenho que fazer justiça aqui e reconhecer algo importante sobre como a série chegou neste ponto.
Acho que essa foi a intenção da autora nessa fase toda.
Não é bem por acaso, se parar para pesar é até natural de certa forma.
Eu cheguei nessa conclusão na página 189 do volume 8, no capítulo 49.
No segundo painel, a forma como a Rin fala do garoto que a convidou para sair e o que ela pensa e sente sobre isso.

"Ela não o conhece".

Essa deve ser a chave para entender essa situação.

A Rin não é uma pessoa emocional.
Parte pela natureza dela, parte pela educação dela.
É como ela vê a mãe. Ela percebe que não tem mais lembranças dela de quando era criança, e mais do que um trauma, isso é fundamental para entender seus sentimentos. Depois, quando elas começam a se ver, ela começa a sentir algo por ela, mesmo que não consiga mais vê-la como a mãe "dela", nunca mais. É a convivência.
A Rin não é nada emocional, é muito racional. Ela é muito simples, muito pura. Não consegue pensar nas pessoas com segundas intenções ou malícia. E tendo sido criada entre velhos, ela está muito acostumada com eles e isso influenciou a não se sentir atraída por pessoas da idade dela. Por essas coisas que ela nunca se sentiu atraída por ninguém da escola dela ou um estranho, mas por um tempo ela gostava do Kouki. Foi por causa da convivência.

"A Rin não se apaixona, ela ama".

Ao contrário da maioria que cai de amores por outros irracionalmente, isso não acontece com ela. Então, para que se apaixone, ela precisa conviver com a pessoa. Por conviver com o Kouki ela o amava. Entretanto, ele destruiu completamente esse amor que ela tinha por ele.
Esse garoto que está interessado nela, ela nunca poderia se apaixonar por ela. Seria preciso muito tempo de convivência para ela se sentir atraída.
E isso explica a atração dela pelo Daikichi. Ela não está apaixonada por ela, ela simplesmente o ama, em um sentimento resultante de uma década de convivência.
Sua educação e maneiras tornam ela inclinada a se relacionar com uma pessoa mais velha, sem problemas, e pelo jeito dela, ela só se relacionaria amorosamente com alguém de forma séria.


Claro, ela sabe a "gravidade" disso.
Ela não quis de forma nenhuma que isso acontecesse, mas depois de muita reflexão (não vimos ela refletir sobre isso), só pôde reconhecer que não importa o que ela pense ou queira, esse amor simplesmente existe.
Faltam dois capítulos para eu ler, e mais 4 a serem traduzidos para terminar a série, e agora, como irá terminar?
Sinceramente, apesar da polêmica e controvérsia, se eles quiserem sou da opinião de que deveriam tentar. A não ser que os problemas causados fossem muito pesados e acabasse no fim não valendo a pena. Só que, a questão não é essa, esse amor da Rin é unilateral.
Ela realmente ama o Daikichi de todo coração, só que nesse amor acabou surgindo um amor de esposa. O Daikichi compartilha do mesmo amor por ela, mas ele não tem esse amor de marido nele. Pelo visto, ele nunca penso na Rin dessa forma, nem antes nem depois de tentar conquistar a Yukari.
Este é o problema da situação, e o foco dessa segunda fase, como a Rin lida com isso.

Do jeito que são, é capaz de a Rin aceitar o que sente, mas nunca revelar para o Daikichi, ou pelo menos não todo esse amor que sente. Por não ser muito emocional e conseguir controlar tão bem seus sentimentos, ela conseguirá esconder isso dele, isso se ela quiser. Continuará convivendo e cuidando dele naturalmente, e talvez, acabe se tornando também uma solteirona.
Para não sacanear ninguém casando com alguém que ela não goste da forma como acha necessário para se casar, é bem capaz de que para cumprir com o desejo de se tornar mãe ela adote alguma criança.

Como será que o mangá terminou?
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 #2
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 #3
É um pensamento interessante. Mas ainda não acho que autora tenha previsto isso, pelo menos não até o final da primeira fase do mangá.

Por que? Porque a mãe do Kouki muda muito da primeira fase para a segunda. Na primeira ela não tem medo de se abrir para o Daikichi e contar com a ajuda dele nesse "semi-casal cuidando de duas crianças". Na segunda ela cria um afastamento artificial com umas desculpe bem tosca (que o Daikichi não se declarou a tempo e blá blá blá). Deu a impressão que faltou tempo para explicar o plano de fundo da Yukari, e como tinham que focar na Rin o final acabou mudando para isso.

Eu realmente não acho o final ruim, apesar de ter surtado na maior parte da segunda fase. E também a Rin e o Daikichi não tem realmente culpa do que aconteceu. Foi a família do Kouki que estragou o mangá.
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