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[Semana da Escrita] Noite de Despedida


Tópico em 'Fanfics & Fanworks' criado por anachan em 25/08/2013, 17:17.
1 respostas neste tópico
 #1
Idéia 
Tópico para a mini novel da Semana da Escrita, explicada nesse post.

Basicamente, é uma mini novel de 10500 palavras criada e postada ao longo de uma semana. Isso dá uma média de 1500 palavras por dia (cerca de 3 páginas)

Aos poucos vou atualizando o tópico com as novas partes.

Obrigada aos que lerem, podem comentar aqui no tópico mesmo se quiserem :3

[Imagem: writting-week.jpg?w=490]



Noite de Despedida - Parte I

As dunas amarelo-ouro se estendem além do horizonte, dando a impressão de que nada existe no mundo além da areia quente e do céu azul. Duas cores fortes e contrastantes, imutáveis, como as sólidas leis que regem a existência humana. O que pertence à redoma azul não pertence ao manto dourado, e assim o equilíbrio se mantém.
 
Entre as poucas plantas espinhosas e pequenos répteis ligeiros, um pequeno corpo encapuzado perambula pela paisagem, deixando um rastro de pegadas descalças e solitárias. Elas se tornam progressivamente mais fundas, refletindo o pesar crescente do caminhante.
 
O azul e o dourado jamais se tocam. O que o destino separa, as pessoas não devem unir. É a lei da Natureza. É como querem os Deuses. Vendo isso, agora sei...
 
Os pontos pretos no infinito azul começam a voar em círculos, formando sombras grotescas ao redor da pequena mancha branca e encardida que viam, de seu ponto de vista, debater-se debilmente em uma trilha hesitante.
 
A pessoa não percebera o movimento dos abutres, pois sua visão embaçava-se em um borrão dourado e abafado que não distinguia direção e distância. Tampouco seu corpo foi capaz de notar que perdera o equilíbrio, abraçando-se à areia fina em uma queda silenciosa.
 
… agora sei... qual foi meu pecado.
 
Um alívio exausto espalhou-se em seu coração. A força para sentir dor, tristeza, raiva ou medo já se exaurira há muito tempo, mas ainda assim as lágrimas encontraram seu caminho. Parecia ser o certo a se fazer, afinal chorar é o último ato digno de humanidade que um moribundo pode se dar ao luxo de cumprir.
 
As aves negras deslizaram em turbilhão, cercando o corpo caído em uma caótica nuvem negra. Entretanto, como se obedecessem a uma ordem invisível, não o atacaram, mas o seguraram com as garras e alçaram voo, carregando desajeitadamente o peso morto.
 
– E foi assim que cheguei aqui. Acreditem ou não. – a jovem sorriu e deixou o forte corpo cor de bronze cair pra trás, sujando de areia as costas e os cabelos negros. A sua direita, uma garota da mesma cor de pele e constituição mais delicada arregalou os olhos cor de carvão com incredulidade.
 
– Carregada por abutres? Zushi, que história mais sem sentido é essa? – riu sacudindo os cachos castanhos, presos pra cima com um lenço azul marinho.
 
– Melhor que a sua lorota de ter caído de uma estrela cadente, Najmah. – o rapaz à esquerda de Zushi disse morosamente, avivando a fogueira à frente deles com um galho. Então completou, coçando a cabeça raspada – Não que essa história da Zu faça tanto sentido assim...
 
– Não seja mentiroso, Haytha. Eu nunca disse isso – Najmah o encarou duramente, voltando ao tom animado na frase seguinte – Mas é óbvio que, no meu caso, a estrela cadente foi mandada pelos deuses para que o mestre Phyanki me encontrasse! Isso é totalmente plausível!
 
– Se pensar assim, então não é estranho que os abutres tenham sido enviados para a mestra Nekh encontrar a Zu.
 
– Hay... de que lado você está afinal? – Najmah bufou, revirando os olhos e pensando em como o amigo sempre conseguia complicar as discussões, aparentemente apenas pelo prazer de contradizê-la.
 
– Eu nem sei porque estamos falando sobre isso, pra ser sincero. E a essa hora, já devíamos estar dormindo. Se alguém nos encontrar...
 
–... significaria que a pessoa deveria estar dormindo também, então ficaremos quites. – Zushi piscou, desviando os olhos cor de âmbar do céu estrelado e fitando marotamente Haytha. Ele sentiu o rosto aquecer, mas sua pele morena e o calor do fogo ajudaram a disfarçar o moderado rubor.
 
– Olha só o que andar muito com a Naj fez pra você....– ele tentou entonar uma reprovação, mas só recebeu em resposta a risada em coro das meninas.
 
– Bem, eu diria que ela está muito melhor, já que não tenta mais morder ninguém! E Hay, você devia ficar mais animado, poxa! Amanhã é nossa ordenação, será que nem isso vai te fazer soltar um riso mais facilmente?
 
– Vocês é que parecem ter esquecido o que isso significa... servir a Deusa Uadite é uma função muito séria, necessária para todo o Egito! É nossa função evitar...
 
– … que o Aspecto Negativo retorne ao mundo físico, sim, nós ouvimos esse discurso toda hora. Mas não tem nenhuma parte dizendo pra fazermos isso com uma carranca de esfinge. Se bem que, se eu seguisse o exemplo do meu mestre... – Naj deu um sorriso amarelo, falando a última frase meio pra dentro.
 
– O que importa mesmo – Zushi disse, o semblante repentinamente sério e os olhos vidrados no horizonte – É ter poder.
 
O trio silenciou-se por um momento e um vento gelado abraçou a noite do deserto. À distância, podiam ver o acampamento modesto onde haviam passado os últimos cinco anos e do qual logo se despediriam. Uma das provas que estavam prontos para enfrentar perigos e adversidades era que não se incomodavam com o frio, mesmo vestindo apenas uma capa leve por cima das roupas características de sua posição: sandálias simples e uma calça amarela de pano.  As moças usavam um top simples e os rapazes traziam o peito desnudo com uma faixa amarrada acima do cotovelo, ambos de cor azul clara. Os adereços de ouro não só eram permitidos como incentivados, então ambos os gêneros se enfeitavam o melhor que podiam, demonstrando assim sua fidelidade aos deuses.
 
– Como acham que eles vão ser? – Naj  perguntou bruscamente – Os inimigos.
 
– Impiedosos e cruéis. Da mesma forma que seremos com eles. – Hay respondeu, fazendo a garota engolir em seco. Estava estampado no semblante dela que não desejava matar ninguém e, adivinhando isso, Zushi veio em seu consolo.
 
– Não se preocupe, Naj, você vai estar ocupada fazendo as curas e lendo as estrelas, dificilmente vai precisar derramar sangue de alguém.
 
Eu talvez não, mas... – ela começou a falar, mas a sentença morreu a meio caminho. Hay suspirou e deu um beliscão de leve no braço dela, seu jeito de mostrar apoio.
 
– O que importa é que continuaremos sendo um time, certo? – Zushi levantou-se, falando com determinação e conseguindo pela primeira vez em muitas noites um leve sorriso do rapaz.
 
Najmah começou a aplaudi-la alegremente, mas repentinamente seus olhos se esbugalharam e ela levou as mãos à garganta, como se não conseguisse respirar.
 
NAJ! – seus amigos gritaram ao mesmo tempo, verificando primeiramente se uma cobra ou escorpião a picara. Mas essa hipótese foi descartada em seguida, quando a garota ajoelhou-se, deixou os braços caírem ao lado do corpo e suas pupilas praticamente sumiram da íris quando pendeu a cabeça para trás.
 
– A sombra... está chegando... vindo... das entranhas douradas... o deserto... chora... – falando em um tom de voz totalmente diferente, Naj abraçou o próprio estômago em lamento – a terra... chora...não há tempo...há dor...
 
– Como isso está acontecendo??? – Zushi tremia, impotente perante o sofrimento da amiga – Ela nem foi ordenada como pitonisa, como pode ter uma previsão tão forte, assim tão de repente???
 
– Eu não sei, Zu... – ainda que se mantivesse controlado, a palidez de Hay entregava sua preocupação – Eu vou chamar a mestra, cuide dela!
 
Mal ele se levantou para correr, algo chamou a atenção de ambos. No horizonte, um pilar negro parecia brotar da areia profunda, avançando até encobrir a Lua por um instante e voltar pela mesma trajetória. Mesmo sem entender o que era, podiam sentir o mal e a negatividade naquele fenômeno.
 
Naj ofegava no colo de Zushi, recuperando a consciência aos poucos. Em menos de um minuto, piscou forte e fez uma careta.
 
– Puta que pariu! Eu não sei o que eu falei, mas doeu pra caralho!!!
 
– Parece que ela administrou bem a situação... e eu me preocupando. – Hay revirou os olhos enquanto tirava o arco e flecha da sua bolsa de couro. Zushi pareceu incrédula e um pouco desapontada.
 
– Você trouxe mesmo as armas pro acampamento de despedida? Foi por isso que não tinha espaço pro vinho, então?
 
– Bem, não sou como você, que enquanto tiver mãos e pés, está mortalmente armada. E pelo visto minha cautela foi muito correta! Você pode dizer mais alguma coisa, Naj?
 
– É do mal, veio rasgando as entranhas da terra... e causou a pior cólica da minha vida. Sério, pelo menos, depois disso vai ser moleza aguentar o ciclo mensal.
 
– E não temos tempo, certo? É melhor irmos logo ver do que se trata.
 
– Ora. O sr. a-Tábua-de-Uadite-diz não vai reclamar de que recrutas não devem ir sozinhos verificar perturbações? – Zushi zombou, sentindo-se ainda traída pela verdadeira razão da falta da bebida tão rara pra eles.
 
– Primeiro. Eu sei que não vai adiantar argumentar com vocês duas. Segundo. Se os avisarmos agora, será uma confissão de que estávamos acordados. O que vocês preferem, enfrentar um mal sombrio desconhecido ou os nossos mestres aborrecidos?
 
– O grande mal deve ser identificado imediatamente.
 
O trio jogou areia na fogueira e pegou os itens necessários, partindo para a missão inesperada.
Responder
 #2
Noite de Despedida - Parte II

Correr sem deixar rastros era uma habilidade obrigatória para discípulos da Ordem no primeiro ano de treinamento, por isso, avançar a toda velocidade na direção da manifestação sombria era uma tarefa simples para o grupo quase graduado. Assim, podiam se concentrar em outros fatores durante o trajeto.

– Alguma ideia do que pode ser aquilo, Naj? Uma sheut descontrolada, talvez? – Zushi perguntou, pensando em qual estratégia deveriam usar caso realmente se engajassem em um combate irresponsável. Pretendia vencer, pelo menos para compensar as consequências inevitáveis da desobediência.

– Talvez seja, mas não faço ideia de qual criatura a teria originado. Definitivamente, não é a sombra de um ser humano.

– Não de um único humano, pelo menos. – Hay completou – Existem casos que várias sombras descontroladas se aglutinam em uma só sheut, certo? Mas só vamos saber quanto a alcançarmos.

Pela careta desconsolada, Naj nem precisava verbalizar que o palpite do amigo a desagradava. Por outro lado, o semblante dele era sério tal uma ave de rapina, sem resquício aparente de medo ou ódio. Zushi concentrava-se em lembrar o que Mestra Nekh lhe dissera a respeito desse assunto, e quase podia enxergá-la correndo ao seu lado, o perfil esguio e os olhos cor de caramelo sempre voltados para a frente enquanto falava.

Sheut é um conceito fundamental para compreender as forças que regem nossa existência, e de todas é a mais traiçoeira.
Já falamos sobre o Jat, o corpo físico que usamos nesse plano;
O Ib, esfera do coração, pensamentos e emoções;
o Ka, força vital de todo ser vivo;
o Ba, personalidade independente de cada indivíduo;
o Aj, união do Ka e do Ba em um estado superior;
o Sejem, manifestação divina e esfera dos magos e sacerdotes;
e o Ren, o nome pertencente a cada pessoa e sem qual não se pode existir.
Há ainda um último estado, do qual não convém falar por enquanto.

Uma pessoa não existe sem sua sheut, assim como uma sheut não pode existir por si só; ela carrega a identidade e personalidade oposta ao Ka do indivíduo, ou seja, na prática, o carregamento negativo que existe em tudo que vive. Quando a sheut domina uma pessoa comum, um desequilíbrio acontece. Quando domina um iniciado, um perigo nasce. Quando domina um Mestre ou um Deus... bem, você entendeu a progressão.

Para vencer uma sombra, nunca desvie seus olhos dela. Não importa quanta vergonha ou terror lhe cause, certifique-se de manter seu Ka purificado e ela não a envolverá.

– Ela disse tudo isso, mas na prática... como se mata essa coisa? – Zushi resmungou, ainda meio perdida em pensamentos, até sentir a mão de Naj em seu ombro.

– Olha só aquilo, Zu! Estava mais perto do que parecia! – ela apontava para frente, onde uma grande formação rochosa aparecia como uma miragem em meio ao deserto, etérea e silenciosa demais para estar no mesmo plano de existência dos vivos.

O grupo diminuiu o ritmo e se aproximou a passos cautelosos, analisando cada detalhe do ambiente. A rocha marrom escura, assimétrica e de aparência áspera tinha cerca de 20 metros de altura e talvez uns 50 de comprimento. Não era possível entender sua forma global do ponto em que estavam – provavelmente, precisariam observar de um local muito mais alto para isso.

– Acho que nós é que somos mais velozes do que pensamos... ou... – Hay armou seu arco, apenas por precaução – … essa coisa surgiu mais rápido ainda.

Zushi tocou a superfície da pedra com a palma da mão, mas o efeito foi atravessá-la como a uma substância gelatinosa e fria. Arrepiada, cessou rapidamente o toque e mal percebeu quando Hay puxou-a pelo pulso.

– POR RÁ, ZUSHI! Você enxerga com os dedos, por acaso??? E se tivesse uma armadilha ou algo pior? – ralhou ele, verificando a mão dela como se um escorpião tivesse feito morada ali. Surpresa, ela desvencilhou-se rápido e sentiu o rosto corar, acreditando que fosse pela raiva de ser tratada como criança. Entretanto, o tom de voz saiu menos zangado do que ela gostaria.

– Até parece que eu ia cair numa dessas tão fácil, Hay! Você acha que eu ainda tenho doze anos, é...?

– Dá pra vocês dois falarem mais baixo, antes que atraiam todas as sheuts malditas do Egito??? - Naj sussurrou com firmeza, concentrada em uma parte da rocha que trazia inscrições incrustadas – Achei alguma coisa, larguem de bobeira e venham aqui.

Perante uma ordem tão digna e direta quanto a do mestre dela, a dupla imediatamente cercou Naj e se agachou para acompanhá-la na leitura. Identificaram rapidamente os hieróglifos que representavam os aspectos do ser humano, na ordem: jat, ib, ka, ba, ren, sheut, aj e sejem. Formavam uma fileira contínua que parecia envolver toda a rocha, vertical e horizontalmente.

[Imagem: hiero_K4.png]                                                                  [Imagem: hiero_K4.png]
[Imagem: hiero_X1.png][Imagem: hiero_Aa2.png] [Imagem: hiero_F34.png][Imagem: hiero_Z1.png] [Imagem: hiero_D28.png][Imagem: hiero_Z1.png] [Imagem: hiero_G53.png][Imagem: hiero_Z1.png] [Imagem: hiero_D21.png][Imagem: hiero_N35.png] [Imagem: hiero_Z1.png][Imagem: hiero_S36.png][Imagem: hiero_X1.png] [Imagem: hiero_G25.png][Imagem: hiero_Z1.png] [Imagem: hiero_S42.png][Imagem: hiero_Z1.png]  [Imagem: hiero_X1.png][Imagem: hiero_Aa2.png] [Imagem: hiero_F34.png][Imagem: hiero_Z1.png] [Imagem: hiero_D28.png][Imagem: hiero_Z1.png] [Imagem: hiero_G53.png][Imagem: hiero_Z1.png] [Imagem: hiero_D21.png][Imagem: hiero_N35.png] [Imagem: hiero_Z1.png][Imagem: hiero_S36.png][Imagem: hiero_X1.png] [Imagem: hiero_G25.png][Imagem: hiero_Z1.png] [Imagem: hiero_S42.png][Imagem: hiero_Z1.png]

– Não parece ter lógica nenhuma nessas inscrições, são só repetições de palavras... ao menos eu não faço ideia do que poderiam representar. – Naj mordeu os lábios um pouco frustrada, pois o estudo das línguas e fórmulas mágicas era um de seus assuntos preferidos.

– Bem, eu diria que você “não saber” do que se trata já é uma pista relevante.– Hay deduziu, batendo na rocha com a ponta do arco e conseguindo o mesmo efeito gelatinoso, até que o contato com um dos símbolos causou um choque físico e o som característico de madeira batendo em pedra. Os três pararam por um instante e Hay retomou os testes, chegando a uma conclusão em pouco tempo.

– Os símbolos de Jat são os únicos materializados – sorriu com olhos de raposa pela descoberta – Interessante, mas nunca ouvi falar de nada igual a isso.

– Se o mestre Phyianki estivesse aqui, provavelmente saberia! – novamente animada, Naj começou a testar a teoria, divertindo-se socando as pedras – Essa missão está começando a valer o castigo que vamos pegar! Mas e agora, o que...

Antes que terminasse de falar, um salto repentino de Zushi a assustou, e quando percebeu, a amiga estava agarrada à rocha, seus dedos das mãos e dos pés enganchados nos pontos onde as inscrições de Jat estavam incrustadas na pedra. Ela testou a distância entre um símbolo e outro, escalando um pouco, e virou-se sorridente para a dupla embasbacada em terra.

– Se podemos tocar, podemos usar pra subir! – cantou vitória como se essa fosse a ideia mais genial jamais vista desde que seus antepassados decidiram morar às margens do rio Nilo.

– Entendi seu ponto, Zushi, mas... nós nem sabemos se tem algo lá em cima!

– É por isso mesmo, né, Hay? Poxa, eu tenho que explicar tudo pra você? – suspirou, fingindo aborrecimento. Por outro lado, Naj protestou ostensivamente contra a ideia.

– Espera aí, pra vocês é tranquilo, mas eu não tenho como subir desse jeito... AH! – sem demora, Haytha guardou o arco e a colocou nos ombros, empoleirando-se na rocha ainda mais rápido e no mesma altura de Zushi. Os dois se olharam matreiros, e imediatamente aquilo se transformou em uma corrida.

– E a seriedade de Uadite, cadêêêê....? – Naj resmungou, agarrada às costas de Hay com os olhos fechados e os pelos da nuca arrepiados, sem interesse nenhum na disputa.

Zushi tomou a dianteira por alguns segundos, mas um brilho repentino atrás de si, seguido de um grito mais alto de Naj, a fizeram olhar para trás. Teve tempo de vê-la caindo e notar que Hay desaparecera; a pitonisa tentou se agarrar novamente à rocha em meio à queda, mas ao fazer isso, desapareceu em um cone de luz. Estupefata pela rapidez com que tudo aconteceu, Zushi ficou paralisada por um instante, o braço esticado para baixo.

- HAY! NAJ! - lágrimas vieram sem aviso, e a afobação a fez escorregar. No reflexo de se segurar em algo, deslizou a mão na rocha e sentiu um brilho dourado envolvê-la totalmente também. Antes de perder a consciência, a última coisa que acreditou tocar foi um símbolo semelhante a [Imagem: hiero_Z1.png][Imagem: hiero_S36.png][Imagem: hiero_X1.png].

Também conhecido foneticamente como Sheut.
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