01/04/2013, 21:56 |
CIANURETO
Era meio-dia.
Laureen punha o almoço pra gente na mesa.
Pedimos comida por telefone.
Ela não sabe cozinhar... Mas faz amor muito bem.
Comemos, sem muito conversar.
Nossa relação era assim, de poucas palavras, mas muitas ações.
Ela me deu um beijo na boca ao acordarmos, de manhã, apesar d'eu insistir estar com mau hálito matinal.
Era meio-dia e uns quebrados.
O almoço acabou.
Ela disse que faria compras com o dinheiro da última "encomenda".
Permiti que saísse.
Ela trajou um elegante vestido vermelho e pegou sua bolsa de marca,
e saiu do hotel.
Era uma hora, variavelmente.
Eu deitei em minha cama para tirar um cochilo.
A famosa "siesta" espanhola.
Eram três horas, exatamente, quando me levantei da cama.
Tomei um banho gelado, pra acordar... Apesar do frio infernal que estava lá fora.
Vesti um terno, apesar das minhas curvas femininas contrastarem com o tecido negro, quadrado e masculino.
Peguei o meu fuzil m-40, com seus respectivos equipamentos e a minha luneta, e parti.
Guardava-os em uma capa pra violoncelo (Gunslinger!?).
Eu tocava, mas hoje não era dia de tocar.
Fui andando pela rua, com alguns olhares sobre mim, dos que não estavam acostumados com uma mulher andrógina.
Todos podem pensar... "Você não devia chamar atenção".
Mas eu não me importo... É tipo...
Psicologia reversa.
As pessoas vão me achar tão estranha, excêntrica e chamativa, que elas nunca desconfiarão.
Entrei no maior edifício, peguei o elevador, subi até o último piso, que era uma espécie de garagem vip, particular.
Pra você ter uma ideia os carros subiam por um andaime, como uma espécie de... Elevador de carro.
Mal poderia imaginar tamanho despotismo como este.
Por essas e outras, usar num comício, com um tiro fatal, ao seu pilar principal... Báh! Seria uma coisa bondosa a se fazer!
Subi o elevador de carros, junto com um Bugatti Veyron, sem seu motorista.
Aquela belezinha...
Se eu não fosse uma assassina profissional, e sim uma ladra profissional, roubaria um destes.
Se bem que...
Com o dinheiro que vou ganhar com esse último trabalho...
Não seria nada mal presentear Laureen, com uns passeios bem agradáveis, à beira-mar.
Cheguei no último piso, cobertura.
Dava pra ver as nuvens beijando a gente.
Lugar perfeito, vista linda pra cidade grande. Urbanizada.
Puxei o rifle pra fora da capa de violoncelo, montei sobre a sacada, e mirei.
Coloquei o olho pela luneta e esperei... Ficaria lá por horas a fio. Sem problemas.
Já tinha verificado...
Aquela cobertura parecia morta. Só deviam existir eu e os fantasmas por lá.
Seis horas da noite, invariavelmente.
O comício no pração principal havia começado.
Milhares e milhares de pessoas enchendo as ruas como formigas.
Mães e filhos comprando pipoca doce coberta de leite condensado.
Sujeitinhos de terno, aprovando seus republicanos.
E os maiorais deixando o mesmo hotel em que eu me encontrava agora, e partindo para os palanques de metal, cobertos de tiras e seguranças.
Os microfones à postos, assim como as câmeras televisivas e seus sensacionalismos...
E então, quando o sujeito de bigodão preto, apesar do cabelo mal-pintado de dourado, surgia beijando um microfone, com seus lábios fedidos de charuto velho, começava a tagarelar coisas adulteradas.
A bala foi tão bem mirada e lançada, que atingiu o centro da cabeça do velho.
Quando as pessoas notaram que ele tinha ganhado um "terceiro olho", saíram correndo e gritando para todos os lados, como sempre.
E eu calmamente ia desmontando meu rifle, e me preparando pra partir, quando...
Alguns tiros atingiram o chão, ao meu lado, e quase pegaram em mim de raspão.
Corri, catei o que podia catar, guardei quase nada, e saí correndo.
Se eu tivesse um pára-quedas, me jogava lá de cima, agora mesmo.
Era meia-noite, exatamente, quando o caminho estava livre.
Peguei um táxi e fui pra "casa", com o meu terno sujo.
Era meia-noite e uns quebrados.
Cheguei no hotel, e lá estava ela... De lingerie vermelha. Corpete e cinta-liga de seda e renda, meus favoritos.
Combinação perfeita à um caro Château d'Yquem.
Nos embebedamos sem conversar.
Ela não perguntou como foi meu dia, pelo contrário...
Colocou uma cereja na boca, pendurada pelos lábios; e eu a mordi de volta, fazendo-a sangrar, e engolindo-a para sentir seu sabor.
Logo depois nos tomamos num beijo profundo, onde comecei a apalpá-la para sentir as carnes por debaixo da lingerie.
Beijei e suguei seu corpo todo, polegada à polegada.
Ela começou a despir meu terno. Primeiro me tirou a gravata, quase me enforcando com sua agilidade promissora. Depois, me arrancou a jaqueta. E por fim, a blusa.
Ela retribuiu todos os toques íntimos que eu tinha lhe proporcionado, assim que tirou minhas calças, e me fez ficar só de meia e cuecas.
Foi descendo e beijando meu corpo, até tocar sua boca por sobre o tecido branco e limpo que me vestia desde meu banho à tarde.
Sem aguentar mais, agarrei-lhe, lancei sobre a cama seu corpo sob o meu, e comecei a despí-la e chupá-la toda.
Pescoço, seios, barriga, coxas... E finalmente, lhe dou um sexo oral.
Faço a gozar uma, duas, três, várias vezes... Me perco.
A penetro com os dois dedos, e faço-a ir ao paraíso mais umas vezes.
Ela me agradece fazendo oral em mim também, retirando minha cueca.
E felizes e extasiadas, terminamos num sono profundo, coroado com mais vinho...
Sete horas da manhã, não exatamente.
Acordei com ela nos meus braços.
Estava acordada, olhando pro ventilador de teto desligado, devido ao frio.
As abas eram de mogno e o ajuste de metal, pintado de dourado. Semi-novo.
Quase não piscava, com os olhos meio ressecados.
"Tão te procurando", ela disse.
Sim, ela dirigiu a palavra à mim, por uma das primeiras vezes, em alguns poucos dias.
"Sempre estão", respondi.
"Mas agora é diferente...", disse ela, e então, levantou-se, abandonando meus braços carentes, e foi até uma estante.
Tinha posto a calcinha de renda, e estava despida "da parte de cima". Top less.
Pegou um jornal qualquer, famoso, e jogou sobre mim, com pouca delicadeza.
Estava nervosa.
Tremia.
E mordia os lábios... Meio surrados da cereja de ontem.
"Assassina de políticos - Procurada - Prêmio milionário".
Hmm... Eles são bons de resumo.
E pra completar a manchete, tinha uma foto minha, sobre o prédio de ricaços. Mas não dava pra ver meu rosto.
Eu não disse nada, fui à sala.
Beberia whisky 40 anos e fumaria pra me acalmar... Algum cigarro importado.
Ouvi um som, e reconheci. Era mais um pacote.
Era grande este... Pesado até.
Pus sobre a mesa, usei o abridor de cartas e liberei todos os bolos de grana que caíram sobre a mesa.
Estava me sentindo meio contrariada...
Era como se as notas perdessem a cor, pouco à pouco.
Pisei sobre algumas com as meias molhadas de vinho.
Joguei tudo dentro de uma mochila antiga, e lancei ao lado de Laureen.
E novamente, junto com o pacote, havia uma carta... Uma correspondência grande, mas com uma mensagem tão curta, que podia passar como aqueles telegramas antigos, todos abreviados.
"George B. Hallman".
O próximo da lista.
...
E mais uns trabalhos.
E mais muito dinheiro.
E mais bens materiais.
E mais mudanças de hotéis pelo Centro da Cidade capitalista.
E mais transas regadas à vinho.
E mais perseguições policiais.
E agora, o serviço secreto estava na minha cola.
Mas eu não ligava.
É...
Nunca liguei.
...
E enfim, aquele dia. O dia mais diferente, imprevisível e estranho da minha vida.
Sete horas da manhã, exatamente, acordados pelo despertador.
Laureen já estava arrumada para comprar o almoço.
"Vai chegar cedo pra comer?"
"Me espere"
E saí.
Era cedo, o turno. Haveria uma reunião geral, com uns três alvos... Digo, políticos, em uma grande mesa redonda de um prédio todo blindado e protegido.
Eles sabiam o risco.
E eu sabia da prova.
Fui, e foi exato.
Três tiros precisos, nenhuma vítima, exceto as certas.
E eu mais uma vez me safei...
Estranhamente, nada de errado, como daquela vez.
Olhei pro parapeito onde montava o rifle e me perguntei se aquelas notas de dinheiro valeriam o esforço de não jogar minha carcaça lá embaixo...
Pra quê isso?
...
Voltei pra casa com o terno limpo e desamassado desta vez.
E então, o Sol entrava pela janela, anunciando a proximidade de um verão que eu não poderia sentir com precisão.
Sentamo-nos na mesa, e começamos a comer uma deliciosa macarronada.
Laureen parecia mais tranquila.
Eu não tinha voltado manchada como da outra vez.
Chupei o macarrão com o molho, e me soou uma ótima refeição...
Bebi do Cheval Blanc, que estava delicioso.
E então, suspirei...
"É tão triste terminar assim...", disse a ela, sem mais macarrão na boca.
Ela olhou pra mim.
Seus olhos perderam um pouco da tranqüilidade.
"Por que bebeu?", ela me perguntou, confusa.
Eu dei um sorriso.
"Posso te amar, mais uma vez?", e então, levantei-me, e ela fez o mesmo, em silêncio.
Tomei seus lábios e fiz amor... Até desfalecer na cama.
Tinha cianureto no meu vinho.
Provavelmente, está milionária agora.
Que sorte a dela que a amei de verdade...
Laureen punha o almoço pra gente na mesa.
Pedimos comida por telefone.
Ela não sabe cozinhar... Mas faz amor muito bem.
Comemos, sem muito conversar.
Nossa relação era assim, de poucas palavras, mas muitas ações.
Ela me deu um beijo na boca ao acordarmos, de manhã, apesar d'eu insistir estar com mau hálito matinal.
Era meio-dia e uns quebrados.
O almoço acabou.
Ela disse que faria compras com o dinheiro da última "encomenda".
Permiti que saísse.
Ela trajou um elegante vestido vermelho e pegou sua bolsa de marca,
e saiu do hotel.
Era uma hora, variavelmente.
Eu deitei em minha cama para tirar um cochilo.
A famosa "siesta" espanhola.
Eram três horas, exatamente, quando me levantei da cama.
Tomei um banho gelado, pra acordar... Apesar do frio infernal que estava lá fora.
Vesti um terno, apesar das minhas curvas femininas contrastarem com o tecido negro, quadrado e masculino.
Peguei o meu fuzil m-40, com seus respectivos equipamentos e a minha luneta, e parti.
Guardava-os em uma capa pra violoncelo (Gunslinger!?).
Eu tocava, mas hoje não era dia de tocar.
Fui andando pela rua, com alguns olhares sobre mim, dos que não estavam acostumados com uma mulher andrógina.
Todos podem pensar... "Você não devia chamar atenção".
Mas eu não me importo... É tipo...
Psicologia reversa.
As pessoas vão me achar tão estranha, excêntrica e chamativa, que elas nunca desconfiarão.
Entrei no maior edifício, peguei o elevador, subi até o último piso, que era uma espécie de garagem vip, particular.
Pra você ter uma ideia os carros subiam por um andaime, como uma espécie de... Elevador de carro.
Mal poderia imaginar tamanho despotismo como este.
Por essas e outras, usar num comício, com um tiro fatal, ao seu pilar principal... Báh! Seria uma coisa bondosa a se fazer!
Subi o elevador de carros, junto com um Bugatti Veyron, sem seu motorista.
Aquela belezinha...
Se eu não fosse uma assassina profissional, e sim uma ladra profissional, roubaria um destes.
Se bem que...
Com o dinheiro que vou ganhar com esse último trabalho...
Não seria nada mal presentear Laureen, com uns passeios bem agradáveis, à beira-mar.
Cheguei no último piso, cobertura.
Dava pra ver as nuvens beijando a gente.
Lugar perfeito, vista linda pra cidade grande. Urbanizada.
Puxei o rifle pra fora da capa de violoncelo, montei sobre a sacada, e mirei.
Coloquei o olho pela luneta e esperei... Ficaria lá por horas a fio. Sem problemas.
Já tinha verificado...
Aquela cobertura parecia morta. Só deviam existir eu e os fantasmas por lá.
Seis horas da noite, invariavelmente.
O comício no pração principal havia começado.
Milhares e milhares de pessoas enchendo as ruas como formigas.
Mães e filhos comprando pipoca doce coberta de leite condensado.
Sujeitinhos de terno, aprovando seus republicanos.
E os maiorais deixando o mesmo hotel em que eu me encontrava agora, e partindo para os palanques de metal, cobertos de tiras e seguranças.
Os microfones à postos, assim como as câmeras televisivas e seus sensacionalismos...
E então, quando o sujeito de bigodão preto, apesar do cabelo mal-pintado de dourado, surgia beijando um microfone, com seus lábios fedidos de charuto velho, começava a tagarelar coisas adulteradas.
A bala foi tão bem mirada e lançada, que atingiu o centro da cabeça do velho.
Quando as pessoas notaram que ele tinha ganhado um "terceiro olho", saíram correndo e gritando para todos os lados, como sempre.
E eu calmamente ia desmontando meu rifle, e me preparando pra partir, quando...
Alguns tiros atingiram o chão, ao meu lado, e quase pegaram em mim de raspão.
Corri, catei o que podia catar, guardei quase nada, e saí correndo.
Se eu tivesse um pára-quedas, me jogava lá de cima, agora mesmo.
Era meia-noite, exatamente, quando o caminho estava livre.
Peguei um táxi e fui pra "casa", com o meu terno sujo.
Era meia-noite e uns quebrados.
Cheguei no hotel, e lá estava ela... De lingerie vermelha. Corpete e cinta-liga de seda e renda, meus favoritos.
Combinação perfeita à um caro Château d'Yquem.
Nos embebedamos sem conversar.
Ela não perguntou como foi meu dia, pelo contrário...
Colocou uma cereja na boca, pendurada pelos lábios; e eu a mordi de volta, fazendo-a sangrar, e engolindo-a para sentir seu sabor.
Logo depois nos tomamos num beijo profundo, onde comecei a apalpá-la para sentir as carnes por debaixo da lingerie.
Beijei e suguei seu corpo todo, polegada à polegada.
Ela começou a despir meu terno. Primeiro me tirou a gravata, quase me enforcando com sua agilidade promissora. Depois, me arrancou a jaqueta. E por fim, a blusa.
Ela retribuiu todos os toques íntimos que eu tinha lhe proporcionado, assim que tirou minhas calças, e me fez ficar só de meia e cuecas.
Foi descendo e beijando meu corpo, até tocar sua boca por sobre o tecido branco e limpo que me vestia desde meu banho à tarde.
Sem aguentar mais, agarrei-lhe, lancei sobre a cama seu corpo sob o meu, e comecei a despí-la e chupá-la toda.
Pescoço, seios, barriga, coxas... E finalmente, lhe dou um sexo oral.
Faço a gozar uma, duas, três, várias vezes... Me perco.
A penetro com os dois dedos, e faço-a ir ao paraíso mais umas vezes.
Ela me agradece fazendo oral em mim também, retirando minha cueca.
E felizes e extasiadas, terminamos num sono profundo, coroado com mais vinho...
Sete horas da manhã, não exatamente.
Acordei com ela nos meus braços.
Estava acordada, olhando pro ventilador de teto desligado, devido ao frio.
As abas eram de mogno e o ajuste de metal, pintado de dourado. Semi-novo.
Quase não piscava, com os olhos meio ressecados.
"Tão te procurando", ela disse.
Sim, ela dirigiu a palavra à mim, por uma das primeiras vezes, em alguns poucos dias.
"Sempre estão", respondi.
"Mas agora é diferente...", disse ela, e então, levantou-se, abandonando meus braços carentes, e foi até uma estante.
Tinha posto a calcinha de renda, e estava despida "da parte de cima". Top less.
Pegou um jornal qualquer, famoso, e jogou sobre mim, com pouca delicadeza.
Estava nervosa.
Tremia.
E mordia os lábios... Meio surrados da cereja de ontem.
"Assassina de políticos - Procurada - Prêmio milionário".
Hmm... Eles são bons de resumo.
E pra completar a manchete, tinha uma foto minha, sobre o prédio de ricaços. Mas não dava pra ver meu rosto.
Eu não disse nada, fui à sala.
Beberia whisky 40 anos e fumaria pra me acalmar... Algum cigarro importado.
Ouvi um som, e reconheci. Era mais um pacote.
Era grande este... Pesado até.
Pus sobre a mesa, usei o abridor de cartas e liberei todos os bolos de grana que caíram sobre a mesa.
Estava me sentindo meio contrariada...
Era como se as notas perdessem a cor, pouco à pouco.
Pisei sobre algumas com as meias molhadas de vinho.
Joguei tudo dentro de uma mochila antiga, e lancei ao lado de Laureen.
E novamente, junto com o pacote, havia uma carta... Uma correspondência grande, mas com uma mensagem tão curta, que podia passar como aqueles telegramas antigos, todos abreviados.
"George B. Hallman".
O próximo da lista.
...
E mais uns trabalhos.
E mais muito dinheiro.
E mais bens materiais.
E mais mudanças de hotéis pelo Centro da Cidade capitalista.
E mais transas regadas à vinho.
E mais perseguições policiais.
E agora, o serviço secreto estava na minha cola.
Mas eu não ligava.
É...
Nunca liguei.
...
E enfim, aquele dia. O dia mais diferente, imprevisível e estranho da minha vida.
Sete horas da manhã, exatamente, acordados pelo despertador.
Laureen já estava arrumada para comprar o almoço.
"Vai chegar cedo pra comer?"
"Me espere"
E saí.
Era cedo, o turno. Haveria uma reunião geral, com uns três alvos... Digo, políticos, em uma grande mesa redonda de um prédio todo blindado e protegido.
Eles sabiam o risco.
E eu sabia da prova.
Fui, e foi exato.
Três tiros precisos, nenhuma vítima, exceto as certas.
E eu mais uma vez me safei...
Estranhamente, nada de errado, como daquela vez.
Olhei pro parapeito onde montava o rifle e me perguntei se aquelas notas de dinheiro valeriam o esforço de não jogar minha carcaça lá embaixo...
Pra quê isso?
...
Voltei pra casa com o terno limpo e desamassado desta vez.
E então, o Sol entrava pela janela, anunciando a proximidade de um verão que eu não poderia sentir com precisão.
Sentamo-nos na mesa, e começamos a comer uma deliciosa macarronada.
Laureen parecia mais tranquila.
Eu não tinha voltado manchada como da outra vez.
Chupei o macarrão com o molho, e me soou uma ótima refeição...
Bebi do Cheval Blanc, que estava delicioso.
E então, suspirei...
"É tão triste terminar assim...", disse a ela, sem mais macarrão na boca.
Ela olhou pra mim.
Seus olhos perderam um pouco da tranqüilidade.
"Por que bebeu?", ela me perguntou, confusa.
Eu dei um sorriso.
"Posso te amar, mais uma vez?", e então, levantei-me, e ela fez o mesmo, em silêncio.
Tomei seus lábios e fiz amor... Até desfalecer na cama.
Tinha cianureto no meu vinho.
Provavelmente, está milionária agora.
Que sorte a dela que a amei de verdade...
FIM