31/03/2013, 22:10 |
Através daquele pequeno muro de pedra, corroído pelo tempo e pela desgraça, saía um bafo impregnado de morte que nos fazia lembrar o inevitável. Pulamos o obstáculo. Com os pensamentos livres víamos o rastro deixado pelo fogo, observando com displicência o cenário entediante da guerra. Para onde quer que olhássemos havia apenas cinzas e carne. Carnes humanas ou não, todas misturadas, confundiam-se com os escombros, deixando de interagir com a terra para formarem um só corpo.
Dèjá vu. Vinham-me a mente imagens de um passado remoto. No entanto, ainda podia sentir o calafrio presente naqueles momentos de agonia. Eram como um objeto pontiagudo em minha cabeça. Tontura. Enjôo. Não estava bem. Esse entorpecimento dos sentidos acompanhava-me há tanto tempo que não sabia quando começara. A paisagem refletia-se nas minhas retinas como nuvens irreais, esplendidamente alvas e palpáveis.
Caminhava com dificuldade sobre aquele solo humano, tropeçando no que via e no que não via. Interrompi minha marcha. Todo o grupo que outrora me acompanhava perdia-se agora, no nevoeiro dos meus olhos. Tive medo de perder-me. Avancei mais um pouco com direção ao nada e detive-me novamente. Algo no chão seduzia a minha atenção. Podia ver-me naquela massa disforme de homem. Era eu. Não como era agora, mas como um dia fui. Passado e presente defrontavam-se e então, percebi que meu caminho não mais traçava por aqueles campos de batalha. Precisava encontrar meu destino, entender meu motivo, saber tudo o que não sabia.
O grupo se separou totalmente. Estava só. E sozinho como morri, segui ao encontro do novo, sem saber se tivera sido útil, mas com a certeza de ter cumprido minha missão.
Dèjá vu. Vinham-me a mente imagens de um passado remoto. No entanto, ainda podia sentir o calafrio presente naqueles momentos de agonia. Eram como um objeto pontiagudo em minha cabeça. Tontura. Enjôo. Não estava bem. Esse entorpecimento dos sentidos acompanhava-me há tanto tempo que não sabia quando começara. A paisagem refletia-se nas minhas retinas como nuvens irreais, esplendidamente alvas e palpáveis.
Caminhava com dificuldade sobre aquele solo humano, tropeçando no que via e no que não via. Interrompi minha marcha. Todo o grupo que outrora me acompanhava perdia-se agora, no nevoeiro dos meus olhos. Tive medo de perder-me. Avancei mais um pouco com direção ao nada e detive-me novamente. Algo no chão seduzia a minha atenção. Podia ver-me naquela massa disforme de homem. Era eu. Não como era agora, mas como um dia fui. Passado e presente defrontavam-se e então, percebi que meu caminho não mais traçava por aqueles campos de batalha. Precisava encontrar meu destino, entender meu motivo, saber tudo o que não sabia.
O grupo se separou totalmente. Estava só. E sozinho como morri, segui ao encontro do novo, sem saber se tivera sido útil, mas com a certeza de ter cumprido minha missão.