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China adota medidas para conter ‘invasão cultural’ do Ocidente


Tópico em 'Vale tudo' criado por transmetropolitan em 07/01/2012, 23:04.
2 respostas neste tópico
 #1
O regime chinês vai tomar precauções para conter a disseminação da cultura ocidental no país e tentar, nas palavras do presidente chinês, Hu Jintao, salvaguardar a cultura chinesa das ameaças do exterior.
[Imagem: 120104085245_chinese_new_year_304x171_afp.jpg]
Citar:Para regime, cultura chinesa é forte, mas menos influente que a ocidental

Em um artigo publicado na revista Seeking the Truth ("Buscando a verdade"), Hu Jintao afirma que as chamadas "forças hostis internacionais estão intensificando seus golpes estratégicos de ocidentalizar a China e separar o país".
Para o líder político, "os campos ideológicos e culturais são o foco da infiltração de longo prazo deles".
O pronunciamento é consoante com a reforma cultural aprovada por unanimidade em outubro passado pelos membros do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), durante seu 17º Congresso Anual.
Dentre as medidas citadas no plano de reforma estão a revitalização da indústria cultural do país por meio de investimentos, a expansão dos Institutos Confúcio no exterior e o controle da entrada de manifestações culturais ocidentais.
"A força da indústria cultural do país não é proporcional a sua influência internacional", alegou Hu Jintao no texto. "A cultura ocidental é forte, enquanto ainda nos mostramos fracos", acrescentou.

Ecos da revolução
Como uma das primeiras publicações legais de 2012 acerca da reforma, a Administração Estatal para Rádio, Filme e Televisão (Sarft, na sigla em inglês) anunciou no dia 1º o fim de 2/3 dos programas de entretenimento veiculados pela televisão chinesa em canais fechados.

As atrações vetadas, programas de namoro, concurso de calouros e talk shows, emulam programas ocidentais.
Antes mesmo da reforma, em setembro do ano passado, o programa Super Girl, um show de calouros que contava com o voto dos telespectadores, foi cancelado. Na época, muitos acreditaram que as autoridades não viam com bons olhos o tímido exercício de democracia de escolher os vencedores.
A atração existia desde 2004 e chegou a ter uma audiência de 400 milhões de pessoas.

Desde que posta em prática, a nova diretriz cultural já cortou 88 horas de programação de entretenimento da televisão a cabo – de 126 horas para 38 horas semanais.

Conforme a agência oficial de notícias, Xinhua, a Sarft comandou as emissoras a substituírem a programação "de mau gosto" por atrações que "promovam virtudes tradicionais e valores socialistas".
[Imagem: 110920024524_super_girl_banned_304x171_bbc_nocredit.jpg]
Citar:'Super Girl' foi um dos programas que as autoridades não viam com bons olhos


Para os críticos, as palavras reacendem os fantasmas da Revolução Cultural, política iniciada em 1966 por Mao Tsé-tung e que tirou 70 milhões de vidas durante os dez anos em que vigorou.

Durante a Revolução Cultural, aos chineses só se permitia estudar os trabalhos marxistas e os de Mao Tsé-tung, publicados no Livro Vermelho. Intelectuais e cidadãos da classe alta eram mandados para o campo de trabalho forçado.

Han Han, o mais famoso blogueiro do país, publicou no final de 2011 um post em que criticava as determinações da reforma cultural.

Sob o título Da liberdade, o escritor avaliou que, "mais do que impulsionar economicamente a indústria cultural chinesa, a reforma promoverá apenas artistas e ações que estejam de acordo com os ideais do Partido Comunista, aumentando a censura no país".

Fim de ano ocidental
Entretanto, a reforma não significa necessariamente que a cultura ocidental desaparecerá do país. A virada do ano na China, por exemplo, se mostrou mais alinhada com os costumes ocidentais.

Embora o Ano Novo chinês só seja celebrado no próximo dia 23, a administração de Pequim organizou pela primeira vez na história uma celebração para a contagem regressiva do início de 2012 no Templo do Céu, um dos pontos turísticos mais visitados da capital.

A Televisão Central continuou exibindo o Concerto de Ano Novo da filarmônica de Viena. Por diversas cidades, como Shenzhen, shows de orquestras ocidentais também foram programas de alta lucratividade durante o Ano Novo.

As tentativas de controlar o avanço da cultura ocidental também não tiveram sucesso no cinema. Em 2011, os filmes mais vistos figuram produções hollywoodianas: Transformers 3 (que faturou US$ 145,5 milhões nas bilheterias); Kung Fu Panda (US$ 95 milhões); e Piratas do Caribe 4 (US$ 73 milhões).
Conforme as leis chinesas, apenas 20 produções estrangeiras podem ser exibidas nos cinemas do país por ano.

O cinema chinês foi salvo pelo último trabalho do diretor Zhang Yimou, Flores da Guerra, que arrecadou US$ 66 milhões até o dia 29 de dezembro. O filme é protagonizado pelo ator inglês Christian Bale.

Em Pequim, o estilo de vida ocidental já fora banido de propagandas e outdoors em março do ano passado.

[Imagem: 120104084804_china_new_year_304x304_getty.jpg]
Citar:Chineses comemoraram o Ano Novo ocidental em cidades como Pequim, Xangai e Hong Kong

Tais expressões, disse o governo na época, encorajavam a população a aspirar por "estilo de vida ocidental".

Em dezembro, planos de criar uma Cidade do Inglês em Pequim foram vetados pelo Partido Comunista de Miyun, distrito ao noroeste da capital onde a cidade seria implantada.

O projeto envolvia a construção de 16 distritos de arquitetura europeia, dentro dos quais o inglês seria a língua obrigatória.

O controle do regime também aumenta sobre a internet e o uso das redes sociais. Desde dezembro, os usuários do Sina Weibo de Pequim, Xangai e Guangzhou são obrigados a se registrar com seus nomes reais e documentos de identidade.

Fonte:
Spoiler:  
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/01/120104_china_cultura_pu.shtml
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 #2
Nossa eu até gosto do povo chinês. Eles são bastante nerds e tem gostos muito parecidos com nós, otakus. O que mais me deixa perplexo é essa ditadura sem sentido ;x, que viola os direitos humanos. Não vejo nada de errado em aceitar a cultura universal, pelo contrário o Japão só é o que é porque aceitou os costumes do ocidente, ao contrário da China (guerra do ópio). E claro, mesmo que a cultura global invada um país, algumas identidades nacionais nunca desaparecerão.
Btw, tenho outra notícia horrível para compartilhar:

Spoiler:  
Funcionários de empresa ligada à Microsoft ameaçam suicídio coletivo
Operamundi

[Imagem: foxconn2%25281%2529.jpg]
Funcionários caminham rumo à cobertura do edifício

Cerca de 300 chineses que trabalham na Foxconn, a maior fabricante de componentes eletrônicos do mundo, anunciaram no último dia 3 que iriam cometer um suicídio coletivo caso seus salários não fossem elevados.

Os funcionários, que trabalham na linha de montagem do console Xbox, da Microsoft, teriam ameaçado jogar-se do topo do edifício depois que a companhia negou-lhes o pedido de aumento salarial. Eles permaneceram na cobertura do prédio por dois dias. Leia mais

Segundo o jornal britânico The Sun, a Foxconn sugeriu que os insatisfeitos pedissem demissão e recebessem o salário deste mês. A companhia, contudo, não cumpriu sua parte do acordo, o que desencadeou a revolta dos funcionários.

O suicídio só foi evitado quando o prefeito de Wuhan convenceu o grupo de operários a retornar para o interior do prédio. Em entrevista à emissora norte-americana CBS, um porta-voz da Microsoft, uma das clientes da Foxconn, disse que sua empresa “leva a sério as condições de trabalho nas fábricas de seus produtos e que está investigando o caso”.
Fábrica de suicídios

Segundo matéria publicada pelo site italiano Linkiesta e reproduzida no Brasil pela revista Samuel, em 2010, 14 funcionários da Foxconn cometeram suicídio em protesto contra as péssimas condições de trabalho e as baixas remunerações.

A companhia, então, comprometeu-se a rever o número de horas de trabalho, os salários e as horas extras de seus operários. A Sacom (Estudantes e Acadêmicos contra o mal-comportamento corporativo, na sigla em português) revelou, contudo, que a promessa não foi cumprida.

Cerca de 120 entrevistas conduzidas pela ONG provam que os trabalhadores “continuam sendo obrigados a fazer hora extra” ao mesmo tempo em que permanece “um estilo militar de gerenciamento”. Uma ironia quando leva-se em consideração a frase de boas-vindas do contrato de admissão da companhia: ”felicitações por fazer parte da família Foxconn”.

Terry Gou, o principal executivo da empresa, é, segundo os leitores da revista Time, uma das pessoas mais influentes do mundo. Ele planeja deslocar parte das operações da Foxconn para o Brasil, aonde o investimento inicial em linhas de produção equivaleria a 12 bilhões de dólares.

Fonte:
http://omalhete.blogspot.com/2012/01/fun...igada.html
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 #3
Pelo que to vendo a China quer ficar mais atrasada que o Brasil. Eles não pdoem obrigar os chineses a serem tradicionais, mas também não pode deixar os europeus invadirem.
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